Já passaram quase 4 meses desde que voltei para Portugal e dentro de uns dias faz um ano que tomei a decisão de deixar para trás o que tinha em Portugal e ir para Timor-Leste. Como o tempo voa…
Quando decidi arriscar não tinha a noção que ia ser uma aventura tão marcante, e quando acabou estava de coração cheio e feliz por ter arriscado (aliás, ainda estou). Hoje, quando penso em Timor, penso num lugar que chamo também de casa, que me viu crescer num curto espaço de tempo, que me deu amigos para a vida e que me deu a grande experiência da minha vida.
Nos meses que vivi na ilha do crocodilo, fui uma sortuda. Tive a sorte de ter feito voluntariado na Empreza Di’ak, que ajuda diversas comunidades, dando-lhes a possibilidade de terem um futuro melhor. Nos sete meses que estive lá, senti o quão importante e imprescindível é o trabalho desta ONG para os timorenses. Além disso, os meus colegas de trabalho receberam-me de braços e, de um dia para o outro, passaram de colegas a amigos.
Tive também a sorte de conhecer pessoas com histórias de vida incríveis que me marcaram por diversas razões. A sorte de fazer amizade com pessoas diferentes de mim, aprendendo a conviver com todos e a fugir da minha zona de conforto.
E tive ainda a grande sorte de visitar vários locais em Timor, muitos deles de cortar a respiração, como a Ilha de Jaco e a Ilha de Ataúro, que são os meus locais preferidos.
Hoje, sinto saudades. Das pessoas, dos cheiros e dos sabores. Saudades de percorrer as ruas da capital, onde havia sempre uma criança a correr ou a jogar à bola e alguém a vender pulsa (para carregar o telemóvel). Sinto saudades de ir à praia assistir ao pôr-do-sol enquanto bebia uma água de côco (há quem diga que quem bebe água de côco numa praia timorense tem de lá voltar) e, acima de tudo, da tranquilidade que lá vivíamos.
Até breve Timor.