Os dinossáurios andaram por cá… E deixaram um rasto bem visível na Serra de Aire

O Monumento Natural das Pegadas de Dinossáurios da Serra de Aire mostra como estes seres de dimensões gigantescas se passearam por cá

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O que têm os dinossauros que nos fascina desde (quase literalmente) o início dos tempos? Não sei responder a essa pergunta, mas a verdade é que, sempre que possível, vou tentar descobrir o que o nosso País nos tem a oferecer sobre estes seres de proporções – quase – inimagináveis. Desta vez, a viagem levou-me até à antiga Pedreira do Galinha, na localidade do Bairro, entre Fátima e Torres Novas. Chegava ao Monumento Natural das Pegadas de Dinossáurios.

Começar por fazer um aviso geral: cheguei ao local no pior horário de visita, perto da hora de almoço, por isso, com o Sol no auge. E sim, em todos os locais está assinalado Dinossáurios. Com “i”. Pergunto-me se será a ortografia correta da língua portuguesa, mas, para além da compra de bilhetes, a loja e espaço de apoio fechou pouco depois de ter saído da sala onde se pode visualizar o filme introdutório (?) para a visita em si, e não tive oportunidade de perguntar.

E assim começa a história da minha visita. Com a introdução mais longa de sempre, à semelhança do vídeo de contextualização, também o mais longo de sempre. São 17 minutos ininterruptos de história, gravados e editados provavelmente entre a descoberta do local (em 1994) e a classificação como Monumento Natural (em 1996), e que nos conta o que são, como deverão ter vivido e passado por ali, esses seres maravilhosos que foram os dinossáurios.

A antiga pedreira do Galinha representa um achado verdadeiramente excecional que, ainda hoje, é possível visitar e percorrer: trilhos deixados na superfície calcária, de pegadas de dinossáurios saurópodes. O registo fóssil é do período Jurássico e mostra, com um nível de conservação surpreendente, cerca de 20 trilhos alguns deixados há cerca de 168 milhões de anos. Alguns dos maiores trilhos têm 142 ou 147 metros de comprimentos e são dos mais longos do mundo.

Após o vídeo de contextualização, os visitantes são convidados a percorrer os cerca de 1700 metros da jazida, num circuito de verdadeira contemplação do espaço da antiga pedreira. Ao longo do caminho, entre a paisagem superior que abarca todo o espaço, e o passeio lado a lado com as pegadas, somos brindados com vários painéis explicativos, que pretendem dar a conhecer toda a informação sobre os dinossáurios e a sua passagem pela Terra.

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Quanto aos trilhos em si, pela informação que nos é dada, sabemos que são constituídos por impressões elípticas que correspondem às extremidades dos membros posteriores, e outras mais pequenas, em forma de meia-lua, correspondentes às extremidades dos membros anteriores. Os testemunhos refletem a passagem de “animais quadrúpedes, de cabeça pequena, possantes, herbívoros, cauda e pescoço compridos”.

A última parte do circuito leva-nos a um jardim da Flora Jurássica, acompanhado de um local que será reconhecido em várias fotos – um dinossáurio de ferro carinhosamente batizado por “Aramossáurio”. E claro que também tentei (e falhei) tirar uma foto com o Aramossáurio.

Tive pena de não conseguir aproveitar a loja ou saber mais sobre o centro de animação ambiental ou a área de animação, ou outras atividades que desenvolvem no local, mas, como disse no início, a minha visita decorreu na pior hora possível do dia e já tinha entrado no horário de almoço e, por isso, estava já fechado. Um pouco de planeamento da minha parte teria sido o ideal, mas às vezes, as descobertas surgem sem pensar. E o Monumento Natural foi mais um passeio à descoberta.

Apesar de ser um circuito fácil de fazer, indo no verão, aconselha-se levar calçado confortável e água. E não ir durante o período de pausa de almoço, para podermos tirar todas as dúvidas. Sem dúvida que vale a pena visitar, para conhecer mais sobre as preciosidades que o nosso País esconde ao virar de cada esquina.

O Monumento Natural está aberto de terça a sexta das 10 às 12h30 e das 14 às 18 horas, e aos sábados, domingos e feriados o horário estende-se até às 20 horas (entre 21 de março e 22 de setembro). O espaço está encerrado à segunda-feira, à exceção de feriados e durante o mês de agosto. Os preços variam entre os 3 euros (preço normal) e os 2 euros (preço de descontos). Há ainda a possibilidade de agendar visitas guiadas, com um mínimo de antecedência de oito dias e para grupos organizados de no mínimo dez pessoas.

Mais informações através do telefone 249 530 160 ou em pegadasdedinossaurios.org

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