Desde que iniciei esta etapa da minha vida em Timor-Leste, tenho tido a oportunidade de ir a sítios incríveis, com vistas de cortar a respiração e que ficam guardados na memória para sempre.
O Monte Ramelau, ou Foho Ramelau como se diz em Tétum, é um desses sítios, não apenas pela vista do nascer do sol mas por todo o desafio que envolve subir este monte.
Para os Malae, subir os 2.963m de altitude do Monte Ramelau, considerado o monte avô de todos, é apenas uma caminhada difícil que se faz para se assistir a um nascer do sol espantoso. Mas para os timorenses tem um significado religioso. Para eles subir o Ramelau tem o mesmo significado que, para nós Portugueses, ir a Fátima. É o momento do encontro deles, de rezar e pedir nas suas orações pelo que mais necessitam.
Disseram-me que era fácil subir os quase três mil metros de altitude do Monte Ramelau e eu acreditei. Disseram-me que fazia muito frio naquele que é o monte mais alto de Timor (e em tempos, do território português) e, como mulher do norte de Portugal, não quis acreditar. Aconteceu o oposto.
Comecei a subir o Monte Ramelau por volta das três da manhã, uma vez que o objectivo é assistir ao nascer do sol. Estava escuro, mal conseguia ver o caminho e estava muito frio (para Timor, claro). Subi por um atalho para tornar este desafio ainda mais complexo (na verdade, nem me deram escolha). Logo no início pensei em desistir, custava-me a respirar e as minhas pernas já não tinham força (claro que o problema foi não fazer desporto há mais de três meses, mas isso é outra história). Com alguma insistência de amigos e várias paragens para descansar, fui subindo devagar até atingir a meta final. O nascer do sol é lindo, de nos fazer esquecer todo o quotidiano, recompensando todo o esforço despendido para lá chegar.
Depois do sol nascer começou uma nova aventura: descer o Monte Ramelau. Como já havia luz foi possível ver o caminho e perceber que realmente subir o Ramelau por aquele trilho foi, com toda a certeza, um desafio enorme. O caminho estava bastante escorregadio e, sendo eu um pouco trapalhona, escorreguei diversas vezes até cair.
Apesar da dificuldade na subida, do frio no topo e das quedas na descida, desafio superado. Assistir ao nascer do sol do topo de Timor-Leste é, sem dúvida, mágico.
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