A Europa e o terror. De novo

nº 009

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Diogo Pereirapor Diogo Pereira
diogopereira@w360.pt
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nº 008

[/one_fourth] [one_half] Bom dia, seja bem vindo a mais uma Newsletter do W360.PT.

Será que é possível passarmos um semana sem falar de terrorismo? Seja no médio-oriente, nos países africanos, nos Estados Unidos ou na Europa, a espetacularidade de matar muitas pessoas de forma deliberada parece ser cada vez mais uma tendência que marcará a história desta geração.

Desta vez foi, mais uma vez, em França. A cidade de Nice acolhia as celebrações do dia da Tomada da Bastilha e um camião, conduzido por um francês, seguiu em ziguezague, a uma velocidade considerável e atropelou todos quantos lhe apareceram pela frente matando mais de 80 pessoas. Se este ataque não tivesse acontecido preparava-me para iniciar este texto com o sucesso do Euro 2016. França esteve de parabéns porque sob uma forte ameaça de terrorismo conseguiu organizar um evento de grandes dimensões e com milhares de pessoas envolvidas sem que se registassem problemas de maior. E essa foi uma vitória da nossa forma de vida. Foi uma vitória da nossa liberdade que acabaria por ser posta em causa apenas quatro dias depois da final de Paris.

Ainda dentro da Europa, parece que ainda falta algum tempo para a poeira do Brexit assentar. Depois de Boris Johnson ter abandonado a corrida à liderança do Partido Conservador e de Nigel Farage ter abandonado a liderança do partido nacionalista UKIP, eis que é Theresa May que chega à liderança dos Tories  e, por inerência, ao lugar de Primeira-ministra do Reino Unido. May tem a particularidade de não ter apoiado o Brexit (esteve, de forma discreta, ao lado de Cameron na campanha) mas já afirmou que Brexit, significa Brexit.

No lado dos Trabalhistas as coisas não andam melhor. Jeremy Corbin já viu a liderança do partido ser posta em causa por uma maioria considerável de deputados e agora foi a vez de dois elementos do partido se chegarem à frente, desafiando o líder. Um deles, Owen Smith, já veio colocar em cima da mesa a possibilidade de um novo referendo no Reino Unido.

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A Europa está mesmo num período em que tudo parece correr mal. Outra das crises que parece estar mais ofuscada nos últimos tempos é a crise dos refugiados. Mas continuam a morrer pessoas no Mediterrâneo. No início desta semana foram mais seis pessoas depois do naufrágio de uma embarcação onde seguiam onze. Entre os mortos estão duas crianças.

Os refugiados que conseguem chegar a território europeu não têm garantias de que a partir dali a vida será fácil. Da Hungria chegam notícias relacionadas com espancamentos exercidos pela polícia e pelos militares sobre os refugiados que estão ilegalmente no país e que não o querem abandonar.

Nos Estados Unidos a corrida à Casa Branca está cada vez mais próxima da reta final. Se do lado dos republicanos ainda não é certo que Doald Trump seja nomeado, mesmo vencendo a corrida, do lado dos republicanos será certamente Clinton a lutar pelo lugar de 45ª Presidente dos EUA. A antiga Secretária de Estado viu Bernie Sanders abandonar a disputa e a oferecer-lhe apoio. “Stronger Together” é o lema para levar de vencida a eleição.

Mas enquanto não há um substituto, Obama parece apostar o final do mandato com ações de política externa. Ficou esta semana a saber-se que enviará mais tropas para ajudar o regime iraquiano a recuperar Mossul e também serão enviados mais de 1.000 soldados para a Polónia para reforçar o flanco oriental da Nato face à Rússia.

No Oriente está aberta a tensão entre a China e as Filipinas porque o Tribunal Internacional de Haia decidiu que de chinês, o Mar do Sul da China só tem o nome e que aquele país não tem jurisdição exclusiva. A China já reagiu e diz que não aceita esta decisão.

Olhando agora para o Sudão do Sul, a tensão parece não diminuir entre os grupos armados que apoiam o Presidente, Salva Kiir e as que apoiam o seu rival e vice-presidente Riek Machar o que levou o Conselho de Segurança da ONU a decidir por unanimidade enviar mais capacetes azuis para o território. No final da semana, uma coluna de tropas do Uganda entrou no país para resgatar cidadãos cercados.

Na América do Sul o Zika continua a causar estragos e o Perú já declarou o estado de emergência.

Antes de terminar falar ainda num dos muitos filhos de Bin Laden. Hamza bin Laden, assim se chama o homem, aparece numa gravação a prometer dar continuidade à luta do pai e a atacar os Estados Unidos.

Começamos a falar de terrorismo e acabamos a falar de terrorismo. Vamos ver se na próxima semana é diferente.

Até lá.

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ROSTO

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Hillary Clinton teve um adversário de peso do outro lado da barricada, mas conseguiu levar a melhor. No início desta semana soube-se que Bernie Sanders desistiu da corrida à nomeação democrata e que apoiava a antiga primeira-dama unindo esforços para derrotar aquele que poderá ser o mais provável adversário de Clinton: Donald Trump.

FRASES

“[Boris Johnson] disse uma data de mentiras ao povo britânico e agora está encurralado. Tem isso contra si na defesa do seu país e também na relação com a Europa.”

Jean-Marc Ayrault, ministro dos negócios estrangeiros de França

“[A ida de Barroso para a Goldman Sachs] é moralmente inaceitável.”

François Hollande, presidente francês

“A Alemanha é um dominador insensível e incapaz, ainda que relutante, que tanto usa como ignora o perturbado equilíbrio de poder europeu.”

Jurgen Habermas, filósofo alemão

“Não estamos no governo, mas como somos responsáveis estamos dispostos a negociar e a fazer acordos.”

Albert Rivera, líder do partido espanhol Ciudadanos

“Tenciono fazer tudo o que puder para que ela [Clinton] será mesmo a próxima presidente dos EUA”

Bernie Sanders, adversário de Hillary Clinton na corrida à nomeação democrata para candidato a presidente dos EUA

“Brexit significa Brexit e nós vamos fazer com que seja um sucesso.”

Theresa May, nova primeira ministra do Reino Unido, que chega ao lugar depois de ter apoiado a permanência do Reino Unido da UE.

NÚMERO

84

Foi o número de mortos no ataque levado a cabo em Nice.

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