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Já estamos cansados de ouvir falar nas interferências russas na campanha presidencial americana, mas esta semana começou com uma alegação formal sobre o envolvimento direto do presidente russo que terá, ele próprio, ordenado uma campanha clandestina para beneficiar Trump na corrida à Casa Branca. As conclusões são dos serviços secretos norte-americanos que afirmam ainda que os russos teriam passado informações à Wikileaks. Assange já veio desmentir.
Donald Trump não se pronunciou mais sobre este tema – preferiu responder aos ataques de Meryl Streep – mas um dos elementos da sua equipa disse que o presidente eleito aceitava que tinham existido ataques russos aos mails dos democratas, mas desvalorizou a questão. Trump não diz se acredita que Vladimir Putin tenha estado envolvido neste processo, mas pela primeira vez admite que ele existiu corroborando os serviços secretos americanos.
Mas a história da ingerência russa nas eleições parece não ver luz ao fundo do túnel. Antes da semana acabar ficou a saber-se que, alegadamente, a Rússia terá informações de cariz sexual sobre Donald Trump que podem ser usadas para o chantagear durante a presidência…
Ainda não saímos dos Estados Unidos porque a uma semana da tomada de posse do primeiro homem de cabelo cor-de-laranja como presidente, têm sido muitas as movimentações. Rex Tillerson, homem do petróleo que Trump escolheu para liderar a diplomacia do país disse ao Senado que vai mandar um sinal claro à China para que pare de construir ilhas artificiais no Mar do Sul da China, por considerar que essa construção é semelhante à anexação da Crimeia por parte da Rússia.
Saímos agora dos Estados Unidos e vamos até à Europa, mas apanhamos boleia do batalhão americano que já está na Polónia para reforçar a presença militar perto da fronteira com a Rússia. Obama antecipou o envio de tropas e veículos para a Polónia, prevendo aquelas que podem ser as novas políticas de Trump. O governo americano justificou esta decisão com a insegurança que os países daquela região sentem face ao aumento da agressividade russa. Putin mandou o seu porta-voz dizer que este reforço militar dos EUA é uma “ameaça aos interesses e à segurança” da Rússia.
Voltamos agora à América, mas já regressamos à Europa. E voltamos para falar do último discurso de Obama enquanto presidente dos Estados Unidos. “Yes we did!”. Terminou assim depois de há oito anos ter começado com um “Yes we can!”. Sem se referir diretamente a Trump, Obama fez o elogio da democracia e pediu aos americanos que rejeitam a discriminação, lamentando que “Depois da minha eleição, falava-se numa América pós-racial. Tal visão, ainda que bem-intencionada, nunca foi realista”.
Vamos então até à Europa! A primeira-ministra britânica deu a primeira entrevista desde que ocupou o cargo. Não houve grandes novidades, mas ficou claro que Theresa May está decidida a avançar com o brexit e que a prioridade do Reino Unido é o controlo das fronteiras e só depois o mercado único.
Num comportamento que se pode considerar uma palhaçada – não fosse a cara deste comportamento um palhaço profissional – o Movimento Cinco Estrelas do Italiano Beppe Grillo decidiu mudar a sua estratégia: de eurocéticos convictos passaram a europeístas religiosos. A justificação para esta alteração, afirma o líder do movimento, prende-se com um referendo online onde mais de 70% dos militantes disseram não concordar com o atual rumo do movimento.5
A Ilha de Chipre esteve ainda em destaque na semana que passou porque foram iniciadas as negociações que muitos consideram as últimas possíveis para resolver o diferendo entre turcos e gregos que mantém a ilha dividida.
Na Alemanha foi lançada uma verdadeira caça às notícias falsas com o objetivo de proteger as eleições deste ano. A justiça alemã olhou para o exemplo americano e está a levar este assunto muito a sério. “Estamos a lidar com um fenómeno de uma dimensão que nunca vimos antes”, disse Steffen Seibert, porta voz do governo alemão.
E se ainda tinha dúvidas de que o aquecimento global é mesmo um assunto sério, veja esta notícia e perceba porque é que 75% de um dos maiores recifes do Japão já desapareceu.
ROSTO
Meryl Streep, a atriz norte-americana usou o palco dos Globos de Ouro para se dirigir a Trump. Criticou a sua forma de estar na política e, de certa forma, criticou os americanos que permitiram que ele fosse o novo presidente do país.
NÚMEROS
30
número de mortos resultante de um ataque provocado por um bombista suicida e um carro armadilhado. reivindicado por um grupo talibã que disse que o objetivo era atingir as forças de segurança do país, mas o governo diz que a maioria das vítimas são civis.
“O desrespeito convida ao desrespeito, a violência incita à violência. Quando os mais poderosos usam a sua posição para intimidar os outros, todos nós perdemos”
Meryl Streep, atriz norte-americana num discurso contra Donald Trump durante a gala dos Globos de Ouro (foto: Andreas Tai)
“Vamos mesmo deixar de ser membros da UE”
Theresa May, primeira-ministra britânica em entrevista à Sky News
“Depois da minha eleição, falava-se numa América pós-racial. Tal visão, ainda que bem-intencionada, nunca foi realista”
Barack Obama no último discurso enquanto presidente (foto: Pete Souza)
“Este relatório é um ataque político a Donald Trump e visa deslegitimar a eleição”
Julian Assange, fundador do Wikileaks, sobre o relatório norte-americano que conclui que a Rússia interferiu no processo eleitoral de novembro
“O interesse do ensino da natação não se limita ao aprender a nadar, mas reside sobretudo no facto de se praticar a atividade em comum com todos os outros alunos, sem qualquer exceção baseada na origem das crianças ou em convicções religiosas ou filosóficas dos seus pais”
Tribunal Europeu dos Direitos do Humanos, sentenciando contra um casal de muçulmanos residentes na Suíça que exigiam que as suas filhas não participassem em aulas de natação da escola por motivos religiosos
“Vocês, mães, amamentem sem receio. Tal como a Virgem Maria tratou de Jesus”
Papa Francisco incentivando as mães a amamentarem os seus filhos durante a missa
“Estamos a lidar com um fenómeno de uma dimensão que nunca vimos antes”
Steffen Seibert, porta voz do governo alemão sobre a proliferação de notícias falsas alegadamente disseminadas pela Rússia para interferir nas eleições do país
“Se Trump renegar a política de uma só China depois de assumir o cargo, o povo chinês irá pedir ao governo para se vingar”
Global Times, jornal chinês controlado pelo regime de Pequim em editorial, ameaçando Trump. Em causa está a aparente aproximação do presidente eleito a Taiwan
“O vosso órgão de comunicação é terrível. Vocês têm notícias falsas”
Donald Trump, dirigindo-se a um jornalista da CNN durante uma conferência de imprensa. A CNN foi o órgão de comunicação social que primeiramente anunciou os resultados do relatório das secretas americanas sobre a ingerência russa nas eleições