A380. O maior avião de passageiros vai deixar de ser fabricado

Com o fim das encomendas da Emirates, principal operadora do maior avião de passageiros do mundo, a Airbus anunciou o fim da produção do A380.

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Depois de várias semanas onde se especulou sobre a possibilidade de a Emirates anular as encomendas que tinha para o Airbus A380, nesta quinta feira é a própria fabricante europeia que anuncia que a produção do superjumbo vai chegar ao fim em 2021.

A decisão da Emirates não é irrelevante, uma vez que a companhia aérea do Dubai é a maior operadora destas aeronaves que podem transportar mais de 800 passageiros em algumas configurações. Na sua frota estão 108 destas aeronaves e estariam encomendadas mais 54 unidades que foram agora reduzidas para apenas 15.

Emirates é a principal operadora do A380 com 108 unidades na sua frota.

Tom Enders, CEO da Airbus, explicou que “apesar de todos os esforços para vender mais A380″, a produção torna-se incomportável não havendo “uma carteira de pedidos substancial do A380 e, portanto, não há base para apoiar a sua produção”.

A Emirates ainda não explicou claramente porque desistiu deste modelo, do qual era a principal embaixadora. O consumo de combustível que pode ser ruinoso para uma viagem em que o avião não tenha uma ocupação elevada e a fraca agilidade do aparelho que não deixa que aterre em muitos aeroportos podem ser duas explicações para justificar a decisão da companhia do Dubai.

A Emirates não vai, no entanto, deixar de operar novos modelos da fabricante europeia. Com o anúncio do cancelamento das encomendas do gigante dos ares, veio também o anúncio da encomenda de quarenta A330-900 e trinta A350-900, dois modelos mais eficientes e ageis.

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A produção deste modelo está nas mãos de 3.500 funcionários da Airbus, pelo que o seu futuro é neste momento incerto.

A fabricante europeia estima que desde 2007, quando se realizou a viagem inaugural do A380, mais de 190 milhões tenham voado nos dois pisos do “Rei dos Céus”.

A380 em Portugal

A história do A380 em Portugal pode contar-se em poucas linhas, uma vez que o principal aeroporto do país, Humberto Delgado, nunca conseguiu receber o superjumbo. As obras que devem começar em breve e que visam o alargamento têm como um dos objetivos poder receber este avião da fabricante europeia em 2021, precisamente o ano em que se prevê que deixe de ser produzido.

Airbus A380 da portuguesa Hi Fly estacionado na porta do hangar no aeroporto
A Hi Fly é a única operadora portuguesa do A380.

Mas isso não é problema, uma vez que várias companhias vão continuar a operá-lo, inclusivamente a portuguesa Hi Fly que no ano passado adquiriu dois A380 que tinham sido dispensados pela Singapore Airlines, em mais um dos capítulos que podem ajudar a contar a história da decadência do maior avião de passageiros do mundo alguma vez construído.

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