Há uma estrutura aeroportuária no interior do país que se tem destacado das demais pela afluência crescente de aeronaves estrangeiras. O Aeródromo de Viseu é essa estrutura.
De acordo com o Expresso o Aeródromo de Viseu é a porta de entrada no país para aviões estrangeiros de ricos, empresários e jogadores de futebol que a partir dali seguem para a região do Dão, as quintas do Douro ou até mesmo o Gerês. “A maioria destes estrangeiros aterram e seguem de helicóptero, mas também há portugueses conhecidos que entram em Portugal através do Aeródromo de Viseu e seguem para o Gerês de helicóptero”, diz ao Expresso uma fonte local.
Estes utilizadores eram, maioritariamente, clientes do Aeroporto Francisco Sá Carneiro, mas a maior disponibilidade de Viseu para pequenos aviões, assim como os preços competitivos do combustível têm feito disparar o número de aterragens e descolagens.
Outra das vantagens é a discrição e rapidez deste pequeno aeroporto. Evitando as filas dos principais aeroportos portugueses, os utilizadores ganham em comodidade e em anonimato. Ninguém dá pela sua entrada no país.
A mesma fonte adianta ao Expresso que o crescimento do aeródromo tem sido enorme. “De janeiro até 14 de novembro, o número de passageiros desembarcados em Viseu cresceu 54% e o número de embarcados aumentou 51%, comparados com igual período de 2016”
E, de acordo com os dados, a maioria de aviões que usaram o Aeródromo de Viseu em 2016 eram estrangeiros: 160 aviões estrangeiros contra 134 aviões portugueses. No entanto no primeiro semestre deste ano os números baixaram um pouco por causa de algumas restrições impostas à aterragem de aviões estrangeiros, mas no segundo semestre, levantadas as restrições, os números voltaram a subir.
Se as previsões do diretor da infra-estrutura se confirmarem, no final de 2017 vão totalizar-se cerca de 12 mil aterragens e descolagens o que significa que este aeródromo terá 352 vezes mais movimentos que o aeroporto de Beja, de acordo com dados da ANA, Aeroportos de Portugal, citados pelo Expresso. Embora a rota diária de passageiros assegurada pela SevenAir garanta muitos movimentos ao Aeródromo de Viseu, Paulo Soares esclarece que o bimotor que liga a capital da Beira Alta ao norte e sul do país só foi responsável por uma parte residual dos movimentos, sendo os aparelhos estrangeiros maioritários.
Espanha domina as nacionalidades ali presentes com 56 aviões, seguindo-se a Alemanha com 33, o Reino Unido com 26, França com 15, Itália com oito, e os EUA e a Polónia, ambos com cinco aviões.
A pista atual tem apenas 1160 metros, mas os vários pedidos de companhias estrangeiras que ali querem operar voos charter com capacidade para 100 a 200 passageiros, já levou a autarquia local, proprietária do aeródromo, a equacionar um plano de expansão. “A futura pista já está marcada no terreno e terá um comprimento máximo de 2700 metros, que permitirá a aterragem de aviões até à classe do Boeing 757”, refere Paulo Soares.