Com vários setores da economia a começarem a retomar alguma da normalidade, também as companhias aéreas começam a planear o dia em que os milhares de aviões que hoje estão em terra possam voltar a voar.
Uma das medidas em cima da mesa para que as rotas possam ser retomadas prende-se com a redução drástica do número de passageiros a bordo dos aviões. Deixar o lugar do meio vazio parece cada vez mais uma possibilidade para que sejam garantidas as distâncias de segurança entre passageiros.
Apesar de este ser um dos caminhos mais prováveis, a Associação Internacional de Transportes Aéreos (IATA) já fez saber que desta forma muitas das rotas operadas por várias companhias aéreas podem deixar de ser viáveis e que, as que continuarem a ser operadas, poderão ter aumentos de preços a chegar aos 49%.
A associação que representa 290 companhias aéreas de 120 países e 82% do tráfego aéreo mundial fala mesmo em “aumento drástico” dos preços, de acordo com o que refere a Agência Lusa.
A IATA avança ainda que as medidas de distanciamento podem não ser muito relevantes, uma vez que “as evidências sugerem que o risco de transmissão a bordo das aeronaves é baixo”.
O distanciamento, mesmo com o lugar do meio vazio, também não é garantido, uma vez que “a maioria das autoridades recomenda um a dois metros e a largura média dos assentos é inferior a 50 centímetros”.
Como alternativa para garantir a segurança de passageiros e tripulações, a associação refere que o melhor é todos os passageiros passem a usar máscaras de proteção individual. A medição da temperatura a todos os que forem embarcar também pode mitigar a propagação do virus, bem como a adoção de processos de embarque e desembarque com menos contacto, limitação de movimentos dentro das aeronaves durante os voos, limpezas mais frequentes e profundas dos aviões e a limitação dos serviços de distribuição de comida a bordo.
A posição do setor da avição é semelhante à da União Europeia. A comissária dos transportes já tinha vindo dizer que o “mínimo que se pode fazer” é obrigar os passageiros a usar materiais de proteção individual.
Já o governo português, tem um entendimento diferente, ao definir que os aviões só poderão voar com dois terços da lotação.
Também a Ryanair já veio criticar a limitação de lugares, ao afirmar que “é uma ideia idiota”.