A maioria dos nossos documentos são “ilustrados” com fotografias das quais geralmente não gostamos. Muito provavelmente porque é necessário seguir uma série de regras, entre as quais a obrigação de permancer com a boca fechada e um semblante sério, muitas vezes carregado.
Mas e se tivéssemos andado todos enganados durante este tempo todo?
Um estudo recente levado a cabo por investigadores da Universidade de York, nos Estados Unidos, conclui que é mais fácil identificar a mesma pessoa em duas fotos diferentes a sorrir de boca aberta do que em duas fotos diferentes em que a pessoa surge com um ar sério ou sorri, mas de boca fechada.
A mesma investigação chegou ainda à conclusão de que com fotos a sorrir é mais fácil distinguir pessoas diferentes. Como a maioria dos cartões de identificação usam fotos de pessoas com semblante sério ou a sorrir de boca fechada, os investigadores acreditam que é mais difícil investigar fraudes de roubo de identidade.
Para chegar a estas conclusões o responsável pelo estudo, Mila Mileva, fez um teste. 40 pessoas foram convidadas a combinar 60 rostos sorridentes e não sorridentes e os rostos sorridentes foram mais facilmente combinados do que os outros.
“A nossa investigação sugere que a substituição da expressão neutra que costumamos usar ao tirar fotografias de identificação com um sorriso de boca aberta pode fazer com que a correspondência facial seja mais fácil. Assim que deixa de haver expressão emocional a precisão da correspondencia cai substancialmente”, refere o responsável em comunicado.
Para resolver este problema os investigadores sugerem que os passaportes mantenham uma foto principal, mas que no chip eletrónico seja incluída uma foto em que o portador surja a sorrir.
Foto de Cláudia Paiva