A Ryanair tem estado debaixo de fogo nas últimas semanas. No início de setembro anunciou o cancelamento de 40 a 50 voos diários até ao final de outubro, período que viria a ser estendido até ao mês de março de 2018. De acordo com a companhia a impossibilidade de realizar as viagens prendia-se com a falta de aviões e com a necessidade de fazer crescer a empresa “mais lentamente”.
A realidade é que cedo se percebeu que a companhia estava a ter problemas com o relacionamento com o seu pessoal de cabine. Fracas condições de trabalho levaram muitos funcionários à exaustão e a empresa não conseguiu levar a bom porto um acordo que tinha previsto para que os pilotos prescindissem das suas férias. Tudo somado são mais de 400 mil passageiros afetados em toda a Europa.
Os problemas com os funcionários parecem agora estar a chegar a um ponto limite, com o agendamento de um “greve em massa” e, mais grave, a deserção de vários tripulantes para companhias concorrentes da irlandesa.
“Está escrito nos nossos contratos que não estamos autorizados a fazer parte de sindicatos, mas os colegas da minha base, e não apenas essa, estão a planear uma greve antes de se mudarem para a Norwegian e a EasyJet“, refere uma fonte anónima ao britânico Telegraph.
Entre as queixas tornadas públicas por vários trabalhadores, estão a contabilização das horas de voo como horas a pagar aos funcionários, retirando os períodos em que os tripulantes têm que estar em terra; ou o pagamento por parte dos pilotos das garrafas de água que consomem quando estão aos comandos das aeronaves.
Não há datas previstas nem previsões de consequências para os passageiros.