12 Meses 12 Viagens 2021. Os viajantes mais conhecidos escolhem as viagens imperdíveis para o novo ano

Depois de um ano atípico, 2021 promete trazer as viagens de volta e estas são as imperdíveis. A garantia é dos viajantes mais experientes.

12 meses 12 viagens 2021 capa
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Quem leu no final do ano passado a edição do 12 Meses 12 Viagens para 2020 e tirou notas para futuras viagens, nunca pensou que ia ter que as deixar na gaveta até que a pandemia passasse. Foi um ano para adiar planos e concentrar todas as atenções na saúde, mas estamos cheios de vontade de voltar a fazer as malas para partir à aventura.

Se ainda se lembrar do bloco de notas do ano passado, vá pegar nele antes de continuar a ler este texto porque às ideias que tinha pode juntar-lhe outras tantas que, mais uma vez, os viajantes mais destacados do país sugerem no W360.PT.

2020 impôs-nos hábitos rigorosos, mas se a máscara, a desinfeção das mãos e o distanciamento social podem ser um pouco desagradáveis, o olhar obrigatório que passámos a ter para o nosso território pode ser visto como o copo meio cheio desta pandemia. Um bom espelho disso mesmo é a lista que se segue: nunca como neste ano tinham sido sugeridos tantos destinos dentro de Portugal no 12 Meses 12 Viagens. Vamos enfrentar a ressaca?

Janeiro

Veneza


gabriel soeiro mendes

Uma sugestão de Gabriel Soeiro Mendes, autor do blogue Filho de Mil Histórias

O ano começa numa das cidades que mais fascínio gera em viajantes de todo o mundo, mesmo os mais habituados a conhecer sítios fora de série como Gabriel Soeiro Mendes. O autor do blogue Filho de Mil Histórias sugere a cidade dos canais em janeiro porque “é difícil maravilhar-me com uma cidade, monumento ou paisagem se estiver rodeado de centenas de pessoas”, explica.

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“Visitei a cidade envolvida numa espessa e fotogénica bruma. O nevoeiro de inverno e as ruas vazias dão um carisma especial a Veneza. Não tive esplanadas cheias, canais invadidos por gôndolas ou um céu azul, mas senti-me com sorte por ver uma Veneza sem maquilhagem, uma cidade que afinal ainda pertence aos venezianos, que seguem a sua vida sem tropeçarem em milhares de visitantes, percorrendo calles, salizzadas e campos com os sacos das compras nas mãos, falando uns com os outros, desaparecendo logo de seguida na neblina”, continua.

O verdadeiro monumento a céu aberto torna-se mais respirável nos meses de inverno, menos movimentados: “O habitual corrupio de vaporettos e motonaves (espécie de autocarros aquáticos), lanchas rápidas e motoscafos (barcos-táxi), barcaças de todo o tipo, e até enormes cruzeiros, diminui muito. É como se Veneza tirasse férias de si mesma”.

Fevereiro

Chile


Andreia Castro, autora do blogue de viagens Me Across The World

Uma sugestão de Andreia Castro, autora do blogue de viagens Me Across The World

Fevereiro é um bom mês para uma grande viagem. Há algum que não seja? A Andreia Castro sugere o Chile e apesar de esta sugestão ser das primeiras, podia ser das últimas: “Dada a sua grande extensão (cerca 4300Kms), quase que é possível dizer que qualquer altura do ano é boa para visitar o Chile”.

Este país, situado na América do Sul, é o favorito da autora do blogue de viagens Me Across The World, essencialmente porque é um país muito completo: “O Chile apresenta uma enorme variedade de atracções naturais difíceis de igualar, dos quais são exemplos a espectacularidade da Patagónia, a tranquilidade do Parque Nacional Queulat, a vida boémia de Valparaíso, a cosmopolita Santiago ou o deserto incrivelmente belo do Atacama”.

Março

Draa-Tafilalet


joao leitao

Uma sugestão de João Leitão, blogger de viagens

Em Março vamos ficar mais perto de Portugal, ainda assim vamos mudar de continente. O João Leitão sugere Marrocos, mas não um Marrocos qualquer, antes o “lugar onde moro há quase 14 anos e pelo qual tenho um carinho e fascínio fora do normal”.

“As cinco províncias de Draa-Tafilalet levam viajantes a explorar desde os 4071 metros do Monte Mgoun, às areias do deserto em Erg Chebbi, passando pelos milhões de palmeiras em Mezguita no Vale do Draa. Entre centenas de destinos incríveis, esta região marroquina praticamente do tamanho de Portugal oferece a Rota dos 1000 Casbás, o Vale das Rosas, os fascinantes lagos de Imilchil, o Gorges de Wandras, a estrada de Tissadrine, o Vale de Ounila, o famoso passo de montanha de Tizi n’Tichka, as impressionantes Gargantas do Todra, as dunas de Chigaga, o Parque Nacional de Iriki, e o Ksar Ait Benhaddou local na lista da UNESCO como Património Mundial da Humanidade”, sugere o blogger de viagens para um roteiro onde não faltam nem se esgotam as opções.

“Para quem gosta de cultura e tradição não poderá perder o Festival Internacional dos Nómadas em Mhamid, o Festival Ahwach em Ouarzazate e o Festival das Rosas em Kalaat M’Gouna. Draa-Tafilalet une as neves das Montanhas do Atlas, às areias do Saara, e mostra-nos uma harmonia cultural entre uma fusão de património Berbere, Árabe, Judeu, e Africano sub-saariano. A melhor cidade para começar a explorar esta região é Ouarzazate”, conclui.

Abril

Centro de Portugal


Gonçalo Cadilhe

Uma sugestão de Gonçalo Cadilhe, escritor de viagens

Gonçalo Cadilhe não deixou que a tendência para a escolha de destinos portugueses (por causa da pandemia) fosse impeditiva de o fazer escolher o Centro de Portugal, mais concretamente o troço que liga Tomar a Coimbra. Na verdade o motivo é mais do que bem explicado pelo livro que começou a escrever mesmo antes de a Covid-19 chegar a Portugal: “Por este Reino Acima”.

Mas como fazer este caminho? A pé, claro. Era assim que o faziam os “peregrinos medievais, mais concretamente do século XIII, um período que coincide com o arranque da nacionalidade portuguesa”. O escritor de viagens dá mesmo um exemplo por quem tem um interesse conhecido, Santo António: “Ele nasceu em Lisboa mas foi viver para Coimbra quando tinha 15 anos e foi a pé pelas antigas estradas que ainda restavam do império romano”, revela.

O percurso que deve demorar cerca de três a quatro dias (fazendo uma média de 25 km por dia) é ideal para conhecer um “território que nos é congénito”, e liga duas cidades fundamentais da história de Portugal: Tomar e Coimbra.

Maio

Montalegre


Sónia Justo, autora do blogue Lovely Lisbonner

Uma sugestão de Sónia Justo, autora do blogue Lovely Lisbonner

Continuamos em Portugal e já que começámos a subir por sugestão do Gonçalo Cadilhe, o melhor mesmo é chegarmos ao topo do retângulo.

A Sónia Justo sugere Montalegre, mas não apenas a vila, todo o concelho. Numa visita à região a barriga é para ser tirada de misérias afinal estamos a falar da “capital do Barroso, com uma gastronomia fantástica, onde predomina o fumeiro”.

Mas como a comida não é tudo e precisa de ser desgastada, há “eventos diferentes, como é o caso das sextas-feiras 13, com a festa da noite das bruxas e o famoso congresso de Medicina Popular de Vilar de Perdizes”, onde é preciso ter estômago para entrar.

A autora do blogue Lovely Lisbonner não se despede sem ter a garantia de que na lista de pontos de paragem no concelho de Montalegre estão bem assinaladas as Aldeias de Vilarinho de Negrões e Pitões das Júnias: “merecem uma visita”.

Junho

Mora


joao almeida

Uma sugestão de João Almeida, fundador da comunidade Amantes de Viagens

Continuamos em Portugal, com o Alentejo como grande destaque do João Almeida. A vila de Mora pode ser pequena em tamanho, mas a lista de sugestões do que fazer parece não ter fim.

“Santuário de Brotas e Casas de Romaria; Igreja da Misericórdia (séc.XVII) em Pavia; Anta Capela de S.Dinis em Pavia; Casa-Museu Manuel Ribeiro de Pavia; Parque Ecológico do Gameiro/Passadiço (extensa área para actividades de ar livre, onde encontra além do Fluviário, um parque aventura, arborismo, parque de campismo, percurso e praia fluvial); o Museu Interactivo do Megalitismo (dá a conhecer o legado arqueológico da região) e o Fluviário de Mora (aquário público dedicado aos ecossistemas de água doce e sua diversidade)”, sugere o fundador da comunidade Amantes de Viagens.

“Para ficar alojado, a escolha vai para Glamping nas Azenhas da Seda! Poderá realizar diversas actividades aquáticas, na ribeira da Seda, tais como: Rafting (sim, no Alentejo!); Canoagem; Canyoning; Hidrospeed; Aquapedestre”.

Julho

EUA


Ana e Óscar, autores do canal de Youtube Onenightat

Uma sugestão de Ana e Óscar, autores do canal de Youtube Onenightat

Depois de três meses em Portugal, julho torna-se no mês ideal para voltarmos a embarcar numa grande viagem. Voltamos à América, mas desta vez a do Norte.

Os Estados Unidos são a sugestão dos youtubers Ana e Óscar que fizeram a famosa Route 66 e recomendam-na: “É um país que se divide em 50 estados e em todos eles encontramos coisas e pessoas diferentes. É um mundo à parte totalmente. A nossa sugestão seria fazer uma roadtrip pela route 66 no verão de preferência. Não só porque apanham bom tempo, mas também porque acabam por aproveitar melhor a viagem devido aos dias mais compridos”.

Agosto

Melgaço


lets run away joão e marina

Uma sugestão de João e Marina, autores do blogue de viagens Let’s Run Away

Desde o primeiro ano que a Marina e o João contribuem para o 12 Meses 12 Viagens do W360.PT e desde o primeiro ano que são os grandes embaixadores de Portugal. A sugestão para 2021 fica no extremo norte de Portugal e é “conhecida por ser um destino radical”.

Mas nem só para corajosos serve Melgaço: “Fora do centro histórico aprumado e com variadíssimos pontos de interesse (que vão desde desde o Museu do Cinema ao Solar do Alvarinho, passando pelo Espaço Memória e Fronteira), tem paisagens naturais intactas que convidam a uma caminhada”, revelam os autores do Let’s Run Away. Para quem gosta de passeios gastronómicos, “tem restaurantes com pratos bem portugueses, de fazer crescer água na boca, e até vinhas do seu famoso Alvarinho”.

“Castro Laboreiro é a porta de entrada para conhecer o maravilhoso Gerês, as vistas para a serra, as pontes e os rios. A cereja no topo do bolo é o Marco Nº1 de Portugal, na aldeia mais a Norte do País. Cevide é um sítio simbólico, mas a beleza do lugar é bem real”.

Setembro

Galway


Ruthia Portelinha, autora do blogue de viagens O Berço do Mundo

Uma sugestão de Ruthia Portelinha, autora do blogue de viagens O Berço do Mundo

Em Setembro, voltamos a sair de Portugal mas ficamos na Europa, mais precisamente na Irlanda. “Sugiro uma visita a Galway, na Irlanda, no mês em que a charmosa cidadezinha organiza o Galway International Oyster & Seafood Festival (24-26 setembro 2021)”, escreve Ruthia Portelinha na mensagem que enviou ao W360.PT.

“Trata-se de um dos maiores festivais gastronómicos da Europa, o festival de ostras mais antigo do mundo e o evento irlandês mais reconhecido internacionalmente, a seguir ao St. Patrick’s Day. Para além de apreciar maravilhosos frutos do mar, regados a Guiness, é a oportunidade perfeita para conhecer um destino vibrante e autêntico: não é à toa que Galway é conhecida como Festival City”, explica a autora do blogue de viagens O Berço do Mundo, sem deixar grandes margens para dúvidas.

“A boémia Galway é também um ótimo bom ponto de partida para explorar a costa ocidental da Irlanda. Ali perto ficam as ilhas Aran, onde se fala sobretudo gaélico, as magníficas falésias de Moher (semifinalista das 7 maravilhas naturais do mundo e a atração mais visitada do país), a região de Burren e o Parque Nacional Connemara, com três mil hectares de pastagens, florestas, pântanos, montanhas e túmulos megalíticos”, detalha em jeito de roteiro.

Outubro

Lago Inle


Jorge Vasssallo, escritor, líder de viagens e autor do blogue Fui dar uma Volta

Uma sugestão de Jorge Vasssallo, escritor, líder de viagens e autor do blogue Fui dar uma Volta

“Mesmo que não tivesse paisagens e património de cortar a respiração, além de uma cultura riquíssima – valia sempre a viagem ao Myanmar, nem que fosse pelo contacto com o seu povo. É um dos mais hospitaleiros que já conheci, de uma simpatia e doçura desarmantes”, começa por explicar Jorge Vassallo sem grandes rodeios.

“O lago Inle é uma das atrações mais procuradas, num país que só começou a receber turistas há relativamente pouco tempo. As suas aldeias palafíticas são o lar de grupos étnicos com tradições muito peculiares: os Intha, por exemplo, pescam de pé, com a perna enrolada no remo da canoa; e aqui se produz uma seda muito especial, feita a partir das fibras dos caules da flor de lótus”, continua.

Como imperdíveis desta grande viagem, o autor do blogue Fui dar Uma Volta destaca como obrigatório “o pôr-do-sol, bem como uma visita às hortas flutuantes e aos templos, mosteiros budistas e mercados tradicionais em redor do lago”. O mês escolhido para a viagem é justificado porque é nessa altura que se realiza o “festival Phaung Daw Oo, que se prolonga durante dezoito dias, com procissões de barcos entre as aldeias, corridas tradicionais, mercados étnicos e muita música e animação”.

Novembro

Serra da Estrela


Ana e Marco, autores do blogue de viagens O Mundo em duas Mochilas

Uma sugestão de Ana e Marco, autores do blogue de viagens O Mundo em duas Mochilas

Estamos a aproximar-nos do fim do ano, mas ainda não está frio suficiente para que a Serra fique com a sua roupa de inverno, por isso é uma época boa para a visitar porque “tem tudo para ser descoberta noutras estações do ano”, garantem a Ana e o Marco. “No nosso caso, somos especialmente apaixonados pelos tons de Outono que ali encontramos ainda antes dos primeiros flocos de neve começarem a cair, onde as cores da serra contrastam nos castanhos típicos da época”.

Para os autores do blogue O Mundo em Duas Mochilas, este é um destino que os amantes de trilhos vão adorar porque “têm aqui verdadeiras maravilhas por descobrir, onde podemos garantir que mais do que o destino a que cada um nos leva, todo o caminho é de nos deixar boquiabertos. Longe da confusão do dia a dia em que habitualmente vivemos, ali reina o silêncio e a acalmia, sendo um destino óptimo para recarregar energias em comunhão com a natureza”.

Dezembro

Dubai


José Luís Peixoto, escritor e líder de viagens

Uma sugestão de José Luís Peixoto, escritor e líder de viagens

José Luís Peixoto não tem dúvidas de que o Dubai vai “apostar tudo para impressionar os milhões de visitantes esperados” na exposição universal que, por causa da pandemia, se realizada um ano depois do que inicialmente programado. Mas o escritor de viagens também sossega quem pensa que esta sugestão é apenas para um evento, ainda que de grande relevância mundial.

“Para lá dos clichés do consumismo e do luxo extremo, trata-se de um destino com muito para oferecer, tanto ao nível da cultura autóctone, como das culturas residentes e emigrantes, nomeadamente da comunidade indiana, paquistanesa ou filipina, por exemplo”, revela.

Este é também um destino para quem quer ir mais além: “Vale a pena também ter em conta o que há para visitar nos outros emirados, tão próximos e bastante desconhecidos”. Em jeito de conclusão, fica o alerta: “O Dubai é um destino que exige trabalho para quem queira ir além do lugar-comum do turismo de massas, mas que recompensa muito com a sua história surpreendente e a sua invulgar contemporaneidade”.

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