Miami, 24 de novembro de 2018. Esta é o dia em que aterrámos numa das cidades mais carismáticas e multiculturais dos imensos Estados Unidos. O amarelo do sol, dos táxis e das marcas nas estradas são os distintivos mais fáceis de reconhecer, neste que é um dos lugares mais procurados por pessoas de todo o mundo para passar um período de férias em que o dinheiro não é problema.
Há o submundo americano, mas esse não querem que vejamos, afinal o sonho americano é um pouco o sonho de todos nós, e um sonho só tem coisas boas, como os dias que passámos no mar a bordo de um verdadeiramente estrondoso navio de cruzeiros.
Longe vão os tempos em que barcos desta proporção apenas serviam para trazer mercadorias de lá longe ou para fazer travessias entre continentes. As mercadorias continuam, as travessias também, mas já não são para quem tem pressa de chegar, são para quem quer parar no tempo e desfrutar de dias de poucas preocupações.
O Harmony of the Seas já foi o maior cruzeiro do mundo, hoje cede esse lugar ao irmão mais novo, o Symphony of the Seas, mas o segundo lugar ninguém lhe tira. Tem capacidade para transportar seis mil passageiros nos seus 362 metros de comprimento e 227 toneladas de peso. São vários bairros de Lisboa, ou de Miami, num gigantesco complexo flutuante.
Não podemos esquecer-nos que estamos dentro de um meio de transporte e o objetivo dos meios de transporte é fazerem-nos chegar de um ponto a outro. Mas nós aqui, vamos ser francos, aquilo que queremos mesmo é desfrutar das vantagens de estar dentro de uma cidade flutuante e olharmos para a janela apenas para desfrutar de uma vista desafogada de um mar paradisíaco. Temos sorte porque o tão cobiçado Caribe vai estar sempre nas nossas janelas, a bombordo e a estibordo, e em alguns momentos até a areia vamos ser capazes de pisar.
A bordo. Vamos estar nesta condição durante os 8 dias desta semana e no último não quisemos sair porque não estávamos aborrecidos. E não estávamos porque as comodidades são mais que muitas. Há teatro, espetáculos no gelo e na água, espetáculos de humor, discotecas e bares para passar a noite. Durante o dia as duas piscinas, ladeadas por espreguiçadeiras, os jacúzis, os escorregas, o simulador de surf e os inúmeros restaurantes só dão uma preocupação, saber por onde começar.
Um dia normal dentro do Harmony of The Seas começa com o sol a romper a janela do camarote e o azul do mar misturado com o do céu transformam-se na melhor descrição das vantagens do espaço aconchegante onde vamos repousar todos os dias. Podemos pensar que estamos num hotel, tudo é igual ao quarto de um hotel. Ou quase tudo. Não há prateleiras sem proteções para que os objetos não caiam com o balanço do navio e todo o espaço é aproveitado com detalhes levados ao milímetro.
Antes de sairmos do camarote pegamos no comando da televisão e vemos as opções que temos disponíveis para tomar o pequeno almoço. Há o grande restaurante buffet onde há comida em variedade e quantidade suficiente para que ninguém possa dizer que não gosta. O tudo incluído não é verdadeiramente tudo incluído, já se sabe, mas as opções incluídas são mais que muitas, havendo outras tantas para quem quiser dar uso ao cartão de crédito.
Estarão uns 30 graus lá fora e embora o dia tenha acabado de acordar a energia é mais que muita. Com a diferença horária, em Portugal é quase hora de almoço e aqui ainda nem começámos a aproveitar. Vamos até à piscina e nem precisamos de dar cotoveladas para conseguir uma espreguiçadeira. A Royal Caribbean já deve ter tido conflitos em número tão considerável sobre a posse de uma destas cadeiras de relaxamento, que no Harmony of the Seas resolveu construir um piso à volta da piscina exclusivamente dedicado a elas. É só escolher, esticar a toalha e esperar que alguém passe a perguntar o que queremos beber. Pode ser um sumo de laranja para começar!
Para abrir o apetite para o almoço nada melhor do que praticar algum exercício físico. Vamos estar vários dias a comer, a beber e a fazer pouco ou nada e o surf pode ser um boa opção para libertar os pesos na consciência causados pelos doces do pequeno almoço. Alguns segundos é uma boa marca para quem não tem experiência em cima da prancha. Ultrapassar um minuto, mesmo com a pressão da plateia é um feito extraordinário.
Agora que já estamos a pensar no almoço, vamos encontrar uma forma mais rápida de chegar ao restaurante. E que tal de escorrega. O navio tem três, todos em tubo, e há uma verdadeira sensação de adrenalina, principalmente no Ultimate Abyss. Só o nome mete medo, os dez andares que desce com efeitos de luz e som podem fazer muitos desistir de entrar.
Agora sim, o almoço. Nesta fase do dia as hipóteses continuam a ser diversificadas, até o reputado chef americano Jamie Oliver tem o seu espaço aqui dentro. Para além deste é possível comer sushi, pastas, pizas, nachos, carnes grelhadas ou peixes.
Para ajudar à digestão não vamos já para a piscina. Fazemos uma caminhada no Central Park que é uma ampla área verde com um ecossistema povoado com mais de 12 mil plantas naturais.
Antes de começarmos a preparar a noite que aí vem vamos descobrir mais uma das atrações radicais do navio, um slide que sobrevoa todo o átrio principal e que nos deixa ver a partir de cima este verdadeiro colosso dos mares.
As regras para o jantar são as mesmas que para o almoço, olhar para a lista e escolher. Na verdade os dias são repletos de escolhas difíceis. Se queremos comer no japonês ou no italiano, se queremos acelerar o coração com o slide ou com o escorrega, optar entre um mergulho na piscina ou uma aula de surf. Para a noite a primeira escolha é o espetáculo. No AquaTheater, ao ar livre, o espetáculo é aquático e com acrobacias aéreas destemidas. É uma opção.
Como alternativa há a possibilidade de escolha entre o Teatro Real, fechado e com artistas da Broadway a darem o ar da sua graça ou uma pista de gelo onde as habilidades dos ginastas são o foco de todas as atenções.
Terminado o espetáculo o difícil é terminar a noite. Antes de avançarmos para o casino ou a discoteca silenciosa em que os utilizadores usam headphones e escolhem a música que querem dançar, passamos pelo príncipe da noite, um bar biónico onde quem serve as bebidas é um robô. O processo é simples, através de um tablet escolhemos a bebida que queremos através da carta, ou criamos o nosso próprio cocktail. Os braços biónicos rapidamente começam a abrir garrafas e a misturarem os ingredientes no shaker. Beber é a única tarefa de um humano em todo este processo.
Com um copo a mais talvez o caminho até ao camarote não seja tranquilo. Há portas atrás de portas e os pisos parecem todos iguais. Quando chegamos, e ainda antes de dormir, percebemos que o jornal com as informações para o dia seguinte já está em cima da cama e podemos começar a planear tudo de novo.
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