É do Santuário do Bom Jesus que se vê Braga por um canudo

São mais de 500 degraus cheios de significado para crentes e cheios de detalhes para explorar para os não crentes. Uma obra máxima Património da Humanidade.

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Ver Braga por um canudo talvez fosse um dos tópicos da lista de coisas a fazer no Bom Jesus do Monte, mas quando chegámos ao topo dos 581 degraus encontrámos dois problemas. Em primeiro lugar o tempo não estava famoso – tivemos mesmo que chegar até ao último patamar para termos a certeza que existia ali uma basílica, porque da base o nevoeiro não a deixava ver -. Em segundo lugar o famoso canudo tinha sido substituído por uma réplica. Também é um binóculo, mas de certeza que não é exatamente a mesma coisa.

O nevoeiro não é o melhor amigo de quem sobe a um miradouro, mas também não é justo olharmos para o Bom Jesus de Braga como um simples miradouro. É certo que com um dia limpo a vista é deslumbrante, mas certamente que não foram os céus de Braga que levaram a UNESCO a classificar este monumento nacional como Património da Humanidade.

Vamos então virar as costas à cidade e começar a subir um por um cada um destes degraus que já lhe dissemos serem mais de 500. Pelo caminho é inevitável que percamos tempo a olhar para os detalhes. As fontes, as estátuas e as colunas que são o exponencial máximo do neobarroco fazem-nos perder as horas. Todos os sentidos estão representados neste caminho. Desde a visão à audição, passando pelo tato e o paladar juntando-se as três grandes virtudes: a fé, a esperança e a caridade.

Há ainda várias capelas a prenderem-nos o olhar, com representações da Paixão de Cristo que transportam os crentes que sobem a escadaria para o momento de dor vivido por cristo nos momentos que antecederam a crucificação.

Num dia melhor que este, um olhar atento e devidamente enquadrado desde a base até ao topo dá a possibilidade de ver como a basílica surge perfeitamente enquadrada na arquitetura geral concebida por Carlos Amarante há quase 400 anos. E é precisamente para ela que caminhamos porque subir uma escadaria desta dimensão tem que ter um propósito. É verdade que o cansaço não é muito porque as obras detalhadas que vamos encontrando são o pretexto ideal para descansar.

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Chegados ao topo é na basílica que os crentes se reconfortam, porque mais do que um lugar sagrado, este é um lugar de peregrinação. Anualmente há centenas de pessoas que para aqui caminham e terminam o seu caminho com a subida de todo o escadório e já no topo procuram a sua fé.

É também quando chegamos ao topo que percebemos que teríamos uma opção mais confortável para chegar à basílica. É um funicular, movido com recurso a contrapeso de água e é também o mais antigo do género ainda em funcionamento em todo o mundo. Podia ser o mais confortável para subir, mas não era o melhor para conhecer verdadeiramente o espírito do Bom Jesus do Monte. Vamos aproveitar a boleia para descer.

Bom Jesus do Monte
[wp-svg-icons icon=”location-2″ wrap=”i”] Braga, Portugal
[wp-svg-icons icon=”ticket” wrap=”i”] grátis
[wp-svg-icons icon=”clock” wrap=”i”] verão – todos os dias: 8h às 19h | inverno – todos os dias: 9h às 18h
[wp-svg-icons icon=”link” wrap=”i”] aceda ao site

[wp-svg-icons icon=”compass” wrap=”i”] A partir do centro de Braga é possível usar os autocarros 63, 91 e 2 para chegar à base do Bom Jesus. A partir daí pode subir a escadaria com mais de 500 degraus, ou usar o funicular.

[wp-svg-icons icon=”clock” wrap=”i”] Reserve pelo menos três horas para subir a escadaria com calma, apreciando cada pormenor e fazer uma visita à basílica.
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