Sempre ouvimos dizer que a melhor forma de conhecer um destino de viagem é a caminhar. Na Madeira esta velha máxima reforça-se a tal ponto que existem dezenas de trilhos de caminhada que ajudam os visitantes a conhecer recantos da ilha que de outra forma não conheceriam.
A seleção do W360.PT não foi fácil e numa viagem mais apertada de tempo à Madeira é possível que não seja possível fazer todos estes percursos, mas se os conseguir incluir no seu roteiro saiba que vai conseguir contactar com as diferentes paisagens e ambientes que caracterizam a ilha.
Vereda da Ponta de São Lourenço
[wp-svg-icons icon=”location-2″ wrap=”i”] Baía d’Abra, Madeira, Portugal
[wp-svg-icons icon=”road” wrap=”i”] 6km
[wp-svg-icons icon=”bars-2″ wrap=”i”] médio
[wp-svg-icons icon=”clock” wrap=”i”] 3h30
[wp-svg-icons icon=”flag” wrap=”i”] 126 metros
Começamos a caminhar pela ponta mais a este da Madeira em direção à Ponta do Furado, um local elevado de onde vai ser possível ver quase toda a ilha de perfil. O caminho árido e com vegetação rasteira quase que nos remete para um deserto, mas não vamos caminhar sobre dunas, antes sobre areias bem sólidas e assentes na rocha vulcânica.
Os ventos do norte que atingem esta zona não deixam que por aqui cresçam espécies altas como as árvores gigantes que vamos encontrar noutras latitudes da ilha, mas mesmo sem sítio onde pousar, vai ser possível ver algumas das aves mais caraterísticas da ilha. Isto se olharmos para o céu, porque se fizermos a caminhada de olhos postos no chão, o mais frequente vai ser vermos lagartixas em grande número, elas que são o único réptil que vive na Madeira.
O caminho não é fácil e o melhor é haver alguma preparação física porque o trilho serpenteado vai ter várias descidas e subidas íngremes e até vai ser necessário trepar algumas rochas. A segurança está sempre garantida pelos corrimões, e locais de paragem não só não vão faltar, como vão ser involuntários porque as vistas de cortar a respiração sobre o oceano não o vão deixar caminhar a ritmo elevado.
A Vereda da Ponta de Sao Lourenço percorre toda a Península de São Lourenço, batizada com o nome da caravela de João Gonçalves Zarco, um dos três descobridores da Madeira. No final do caminho os caminhantes encontram a Casa das Sardinhas – batizada com o nome de família dos antigos proprietários -, um café onde é possível recuperar energias para a última subida do percurso até à Ponta do Furado.
Levada dos Balcões
[wp-svg-icons icon=”location-2″ wrap=”i”] Ribeiro Frio, Madeira, Portugal
[wp-svg-icons icon=”road” wrap=”i”] 3km
[wp-svg-icons icon=”bars-2″ wrap=”i”] fácil
[wp-svg-icons icon=”clock” wrap=”i”] 1h30
[wp-svg-icons icon=”flag” wrap=”i”] 880 metros
A Levada dos Balcões devia ser a primeira deste artigo porque mesmo quem não estiver a pensar percorrer nenhuma levada da Madeira, vai ter que percorrer esta. É a mais fácil de todas, tendo uma extensão de apenas 3kms (ida e volta) com um caminho sempre a direito, sem subidas nem descidas vertiginosas, chegando mesmo assim a um miradouro verdadeiramente imperdível.
Mas antes de chegar ao fim vai caminhar pela floresta densa da Madeira, uma cenário bem diferente daquele que vai encontrar se caminhar pela Vereda da Ponta de São Lourenço. Pode parecer mentira, mas numa extensão tão curta e tão circunscrita de terreno é possível ver paisagens completamente diferentes.
A Levada dos Balcões é, na realidade, a parte final da Levada do Faial. Estas estruturas são típicas da Madeira e foram construídas pelo homem para fazer circular a água que abunda na zona norte da ilha para a zona sul, sendo que são sempre acompanhadas por água que corre num canal lateral ao caminho pedestre.
Nesta caminhada deve conseguir observar algumas das espécies de flora mais abundantes na Madeira, mas são as aves que dominam o percurso. Ao longo do caminho pode encontrar algumas delas, mas é no miradouro dos Balcões – onde termina esta levada – que vai poder vê-los com mais detalhe. Alguns são difíceis de avistar, mas o pequeno tentilhão não se incomoda com a presença dos turistas e aparece com vários amigos para picar as sementes que muitos deixam por ali.
Vereda do Areeiro
[wp-svg-icons icon=”location-2″ wrap=”i”] Miradouro do Pico do Areeiro, Madeira, Portugal
[wp-svg-icons icon=”road” wrap=”i”] 6,1km
[wp-svg-icons icon=”bars-2″ wrap=”i”] exigente
[wp-svg-icons icon=”clock” wrap=”i”] 3h30
[wp-svg-icons icon=”flag” wrap=”i”] 1857 metros
Está na hora de rumar ao ponto mais alto da Madeira. A 1857 metros de altura está o Pico do Areeiro que rasga as nuvens e se impõem.
O caminho de carro é mais um dos sinuosos que a ilha oferece aos automobilistas e há quem venha para aqui antes mesmo de o sol nascer porque a caminhada vai pôr-nos bem perto céu, uma vez que liga dois dos pontos mais altos da Madeira: o Pico do Areeiro ao Pico Ruivo.
A preparação física é fundamental porque este trilho leva-nos por caminhos de grande desnível, com escadarias esculpidas na pedra quase verticais. Para além da água e alimentos para as mais de três horas de viagem, na mochila deve estar ainda uma lanterna para passar alguns dos túneis que noutros tempos serviam de abrigo ao gado e pastores que por ali circulavam.
A subida para o Pico Ruivo, mesmo no final deste trilho, é a parte mais exigente do percurso que não termina por aqui. No final é necessário descer até à Achada do Teixeira para se poder apanhar um táxi que o levará ao ponto inicial da caminhada e onde terão deixado o carro. Os mais corajosos podem virar costas ao Pico Ruivo e caminhar em direção ao ponto de partida, duplicando os quilómetros e o tempo de percurso.
Levada do Caldeirão Verde
[wp-svg-icons icon=”location-2″ wrap=”i”] Parque Florestal das Queimadas, Madeira, Portugal
[wp-svg-icons icon=”road” wrap=”i”] 8,7km
[wp-svg-icons icon=”bars-2″ wrap=”i”] médio
[wp-svg-icons icon=”clock” wrap=”i”] 5h30
[wp-svg-icons icon=”flag” wrap=”i”] 1020 metros
Está na hora de entrar num dos patrimónios mais impressionantes da Madeira: a Floresta Laurissilva que nasceu há mais de 20 milhões de anos e que é Património da Humanidade desde 1999. Neste contacto próximo com a natureza vai ser possível refrescar os pulmões e lavar a vista com belas paisagens decoradas com algumas das árvores e plantas que lhe dão um ambiente tropical.
Mesmo antes de se deixar embrenhar pela floresta, perca tempo no ponto de partida para mais esta aventura: o Parque Florestal das Queimadas onde se destaca a Casa de Abrigo das Queimadas, um edifício que mantém as características das casas típicas de Santana, com o telhado em colmo que ajuda a escorrer as águas da chuva e evita infiltrações.
Esta é mais uma levada que ajuda a encaminhar a água de norte para sul, sendo que tem uma característica diferente de todas as outras. Na esplanada do parque está o ponto final de uma impressionante obra de arquitetura e engenharia que é também uma obra de arte e que faz a água que chega transformar-se numa cascata dando origem a um lago. Os patos que ali vivem são uma companhia imperdível, mesmo para quem não quer caminhar e pode usar o espaço para um piquenique em família.
O caminho faz-se de forma tranquila, quase sem declives no terreno, mas com uma extensão suficientemente longa para que seja necessária alguma preparação física. Os túneis que se vão intrometendo no caminho requerem atenções redobradas, uma vez que o piso é escorregadio. Nesta fase do percurso é necessária uma lanterna.
Chegados ao destino, a Cascata do Caldeirão verde, nem é preciso dizer que o tempo é de contemplação. Com bom tempo até um mergulho pode ser apetecível. Depois de recarregadas baterias, é hora de voltar a fazer-se ao caminho com destino ao ponto de origem.
As levadas e caminhadas da Madeira são uma das melhores formas de descobrir a ilha em contacto próximo com a natureza. Apesar de bem sinalizadas e bem preservadas, é necessário ter atenção que algumas zonas podem ser perigosas por isso os caminhantes têm que ter em conta algumas regras.
É importante que se façam contas às horas e se perceba exatamente a hora prevista a que o percurso vai terminar para que não tenha que se percorrer parte dele durante a noite. Em alguns casos a falta de visibilidade pode esconder perigos. Ninguém deve iniciar uma caminhada (principalmente as mais longas e sinuosas) sem companhia e mesmo assim, deve avisar outras pessoas de que está a fazer o trilho, bem como da hora prevista para o término.
Embora bem protegidas com corrimões, é preciso ter atenção a algumas das escarpas, evitando aproximações, uma vez que o terreno pode ser instável. Os caminhantes devem ainda usar roupa e calçado confortável, uma vez que alguns dos percursos são muito exigentes.
[wp-svg-icons icon=”bubbles-4″ wrap=”i”] português
[wp-svg-icons icon=”users” wrap=”i”] 262 456 hab.
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[wp-svg-icons icon=”clock” wrap=”i”] GMT0
[wp-svg-icons icon=”power-cord” wrap=”i”] Europeias, 2 pinos
[wp-svg-icons icon=”phone” wrap=”i”] +351
[wp-svg-icons icon=”aid” wrap=”i”] 112
[wp-svg-icons icon=”sun-3″ wrap=”i”] A Madeira tem um clima semi-tropical, sendo frequente experimentar as diferentes estações do ano num só dia, mediante a zona da ilha onde se encontre. Os meses de abril a outubro são os mais indicados para visitar a ilha, mas ao longo de todo o ano as temperaturas são amenas.