Uma das melhores formas de perceber a relevância de um destino passa muito por dizer o nome de algumas das suas atrações e perceber que reação geram em quem os ouve. É uma espécie de exercício de imagem mental, quanto mais imagens reais vierem à cabeça de quem ouve os nomes, mais conhecidos são os monumentos e mais imperdíveis são os destinos. Roma é uma dessas cidades. Podemos começar a debitar nomes e quase todos nos vão trazer ao cérebro uma imagem porque quase todos são mundialmente famosos.
A Fontana di Trevi cabe precisamente nesta ideia. Haverá alguém que nunca viu uma imagem deste sítio? Haverá alguém que nunca sequer ouviu falar? Talvez sim, mas vai ser muito difícil encontrar essa pessoa.
Há quem diga que é a fonte mais famosa do mundo, mas é difícil tirar essa conclusão sem que alguém venha logo a seguir atirar outros nomes irrefutáveis. Porque estas coisas são mesmo assim, o melhor para uns pode não ser para outros. Mas uma coisa é certa, em Roma nenhuma lhe tira o lugar cimeiro na lista de fontes imperdíveis.
De estilo barroco, este monumento é mais um dos factos que ajudam a provar que Roma é verdadeiramente uma cidade romântica. Com muitos detalhes, representa uma carruagem em formato de concha, guiada por cavalos marinhos e Tritões. No centro de toda a mitologia está Neptuno, o Deus do Mar de acordo com a mitologia romana.
A ideia destas figuras foi do arquiteto Nicola Salvi que morreu antes de a ver construída, mas não é ele o principal obreiro deste projeto. Foi a Gian Lorenzo Bernini que o Papa Urbano VIII deu esta tarefa em 1629. Na verdade, a história deste local começa mais de 200 anos antes, com a revitalização dos canais que faziam parte do Aqueduto Acqua Virgo ordenada pelo Papa Nicolau V que queria levar água límpida ao centro da cidade.
Se recuarmos ainda mais, conseguimos chegar ainda à origem do nome deste aqueduto. Aqcua Virgo significa “águas virgens” e foi batizado desta forma porque reza a lenda que uma jovem mulher conduziu até estas águas um grupo de soldados romanos que estavam à sede há vários dias. Tocado por esta história, o imperador Augustos decidiu-se por este nome.
Ao longo dos anos a Fontana di Trevi foi sendo revestida de uma relevância que a fizeram chegar até ao grande ecrã. Foi cenário de um dos filmes mais vistos em todo o mundo: La Dolce Vita. Uma das cenas mais marcantes é a entrada de Anita Ekberg nas águas da fonte, de vestido preto, para um banho de grande sensualidade, a cena levou a que vários turistas tentassem repetir a façanha com roupas muito semelhantes o que tem levado a polícia a ter mão pesada. Entrar na água da fonte pode dar origem a uma multa de €500.
Ultrapassar a grande multidão que se costuma aglomerar junto aos limites da fonte é uma das tarefas mais difíceis de superar, mas é imprescindível. Atirar uma moeda para a água garante um regresso à cidade, atirar duas vai encontrar o amor com um belo ou uma bela italiana, se não olhar a despesas e atirar três, sai da Praça di Trevi de casamento marcado com a pessoa que conheceu.
A ideia de atirar moedas para a água nasceu com o filme ‘A Fonte dos Desejos’ e para que os desejos se cumpram é preciso atirá-las com rigor: deve usar mão direita, sendo o arremesso feito sobre o ombro esquerdo e de costas.
As moedas são retiradas da Fontana di Trevi com muita frequência pelos funcionários da Câmara de Roma e esse até é um momento que pode ser presenciado por quem visite o monumento em horas mais tardias. A soma do dinheiro é uma verdadeira fortuna que é distribuída por instituições de caridade