A Baixa Pombalina de Lisboa está carregada de história. Da mais antiga à mais recente, não é possível traçar o perfil da capital portuguesa sem falar naqueles quarteirões, agora arrumados, por onde os turistas passeiam a todas as horas do dia. Há detalhes mais ou menos percetíveis que são fundamentais para compreendermos a cidade e as suas funções. Mas também há estruturas fundamentais que se escondem, sem que percebamos que são imprescindíveis ao bom funcionamento da Baixa. As Galerias Romanas da Rua da Prata são efetivamente um dos segredos mais enigmáticos e mais bem guardados de Lisboa.
O acesso faz-se por um alçapão em plena Rua da Conceição, onde passam os elétricos, que nestes dias de visitas têm que acalmar a marcha para que centenas de pessoas não percam a oportunidade única de conhecer as raízes de Lisboa. Um a um, por um corredor estreito lá vamos descendo, com o cuidado necessário para não sermos traídos pelos pés molhados. Este é um espaço que durante todo o ano está parcialmente submerso, sendo esvaziado uma ou duas vezes por ano para que o possamos visitar. Fazemo-lo em grupo e acompanhados por uma guia para que fiquemos a saber exatamente onde estamos.
E estamos num tempo que não é o nosso, mas bem podia ser. Esta estrutura de pedra com arcos robustos só foi conhecida depois do terramoto de 1755 e estima-se que exista há mais de dois mil anos. Resistiu ao tempo e resistiu à catástrofe natural que mais severamente marcou Lisboa.
O ambiente húmido, escuro e as paredes que parecem desfazer-se como castelos de areia não fazem justiça à importância deste criptopórtico romano que continua a sustentar os edifícios da baixa sem que deixemos de confiar nele.
A sua função era e é precisamente essa: suportar os edifícios que estão em cima dele. Não se sabe muito bem para que foi construído especificamente, mas há teorias arqueológicas que sustentam a ideia de uma praça comercial da cidade romana de Olisipo, a Lisboa Romana.
[wp-svg-icons icon=”ticket” wrap=”i”] crianças até 12 anos: grátis | estudantes e idosos: €1 | adultos: €2
[wp-svg-icons icon=”calendar-2″ wrap=”i”] As Galerias Romanas abrem para visitas duas vezes por ano. Durante um fim de semana no início da primavera e durante um fim de semana no final do verão. [wp-svg-icons icon=”info” wrap=”i”] As datas específicas de abertura das Galerias são anunciadas anualmente no site do Museu de Lisboa, local onde também é possível fazer a reserva dos bilhetes. [wp-svg-icons icon=”compass” wrap=”i”] O elétrico 28E tem paragem na Rua da Conceição, junto à zona de entrada nas Galerias. Em alternativa, a estação de metro Baixa-Chiado é a mais próxima. [wp-svg-icons icon=”clock” wrap=”i”] A visita guiada às Galerias dura cerca de 30 minutos.