No Jardim Tropical Monte Palace damos a volta ao mundo sem sair da Madeira

Joe Berardo quis trazer para a Madeira a cultura do oriente e por isso concebeu o Jardim Tropical Monte Palace.

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O Jardim Tropical Monte Palace da Madeira fica numa daquelas encostas do Funchal que só se podem subir com a ajuda de um transporte. Os mais corajosos até podem lá conseguir chegar a pé, mas o Teleférico do Funchal é bastante mais agradável. A cerca de quatro metros por segundo vamos progredindo no terreno inclinado sem sacrifícios e com uma vista que vai mudando ao longo da viagem. É certo que o oceano em pano de fundo se vai mantendo, mas os telhados do início do percurso vão dando lugar a um manto verdejante que nos ajuda a perceber que estamos a chegar a uma zona diferente.

A porta de saída do teleférico é quase a porta de entrada no jardim do Monte Palace, uma atração madeirense que nos deixa dar uma volta ao mundo ao longo dos mais de 70 mil metros quadrados que a compõem, sem garantias de que não nos possamos perder.

Antes de ser um jardim botânico, o espaço era simplesmente o jardim de um ilustre e luxuoso hotel que dava guarida a algumas das mais importantes figuras que visitavam a ilha no início do séc. XX. Entretanto, a Fundação Berardo comprou o espaço e usou-o para mostrar na madeira exemplares da flora de vários cantos do mundo.

Junto às plantas tropicais é comum estarem aves tropicais. Há cisnes pretos e brancos que apesar de serem comuns em lagos de vários países, são originários da Austrália, Tasmânia, Nova Zelândia, Islândia e Escandinávia. De Belém, em Lisboa, vieram os pavões que se vão cruzando com os turistas que por ali passeiam. Mais comuns ainda são as “galinhas palheiras” e os Galos de Combate da Indonésia que foram introduzidos no jardim em 2004 e acabaram por criar famílias gigantescas.

Estes animais têm um destaque especial no jardim do Monte Palace porque são animais muito respeitados no oriente, a latitude que mais tem inspirado o criador deste espaço. Joe Berardo visitou várias vezes a China e foi percebendo como a cultura portuguesa tinha por lá uma grande interferência e por isso quis que a cultura oriental também marcasse a Madeira.

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Nos jardins orientais há várias figuras próximas do budismo que geralmente são encontradas nas entradas de templos religiosos. Também há pagodes que por aqui funcionam como lugares de contemplação, mas que originalmente tinham por finalidade alojar relíquias ou marcar locais sagrados.

Mas nem só de latitudes longínquas vive este espaço. Por aqui é possível encontrar a segunda maior coleção de azulejos que existe em Portugal (a primeira está no Museu do Azulejo). O fundador do espaço foi colecionando estas obras de arte e disponibilizou-as para serem vistas ao longo dos passeios do jardim. Com origem em palácios, igrejas, capelas, residências de variadas localidades de Portugal, retratam acontecimentos religiosos, sociais e culturais marcantes à época e referências incontornáveis da nossa história.

O Jardim Tropical Monte Palace tem ainda um museu onde é possível entrar em contacto com pedras preciosas que à semelhança de todos os outros elementos também tiveram origem um pouco por todo o mundo.

Como se já não existissem argumentos suficientes para justificar uma visita a este espaço, só falta dizer que foi considerado um dos dez jardins botânicos mais bonitos do mundo pela revista de viagens Condé Nast Traveler.

Jardim Tropical Monte Palace
[wp-svg-icons icon=”location-2″ wrap=”i”] Caminho do Monte 174, Funchal, Madeira, Portugal
[wp-svg-icons icon=”ticket” wrap=”i”] adultos: €12,5 | crianças até 15 anos: grátis 
[wp-svg-icons icon=”clock” wrap=”i”] todos os dias: 9h30 às 18h (jardim) | 10h às 16h30 (museu) 

[wp-svg-icons icon=”compass” wrap=”i”] A forma mais fácil de chegar é recorrendo ao Teleférico do Funchal (€11). Os autocarros 20, 21, 22 e 48 também param junto à entrada do jardim

[wp-svg-icons icon=”clock” wrap=”i”] Reserve pelo menos três horas para visitar o jardim e o museu de forma tranquila.
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