Museu da Imprensa do Porto. Tocar na imprensa como Gutenberg tocava

O Museu da Imprensa do Porto propõe uma visita de toque e proximidade. Está na hora de arregaçar as mangas e imprimir como Gutenberg imprimia

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Nunca como nos tempos que vivemos se falou tanto de imprensa. Quer seja porque as notícias falsas proliferam e é preciso um porto seguro onde possamos ir buscar informação. Quer seja porque os tempos atuais deram às notícias um palco que nunca tiveram. O palco agora é sobretudo digital, mas quando isto de dar informação começou, o palco era bem palpável. Era de papel.

No Museu da imprensa do Porto não vamos entrar nas redações dos primórdios da história, vamos antes perceber como é que as informações passavam dos jornalistas para o público, através de máquinas pesadas e verdadeiramente imprescindíveis no processo de fazer jornais e livros.

É muito comum entrarmos em museus pouco expressivos, que mostram o seu conteúdo atrás de um vidro seguro e que a maior interação que nos propõem é uma legenda – muitas vezes minúscula – com fraca informação. Aqui não é assim. Simpaticamente recebidos pelo staff deste espaço somos logo convidados a arregaçar as mangas. Para trabalharmos um pouco, é certo, mas também para não as sujarmos com as tintas que se vão atravessar no nosso caminho.

Para casa levamos as recordações que nós próprios produzimos numa qualquer máquina de impressão. Se estivermos com tempo e paciência até somos convidados a alinhar os linótipos para fazermos palavras e até frases de diferentes tamanhos e feitios. No fundo, podemos ver, sentir e tocar nestas máquinas que são verdadeiras raridades.

A jóia da coroa é o prelo em madeira, uma máquina de impressão do século XVIII, muito difícil de encontrar por outras bandas. Também há por aqui uma guilhotina manual que nasceu em 1900. O ambiente em torno deste instrumento é preservado o suficiente para que a interatividade que o Museu da Imprensa propõe não deixe que ninguém se magoe. Na visita destaca-se ainda os móveis criados por Gutenberg – o inventor da imprensa – que carregam mais de 500 anos de história.

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Todas estas relíquias estão devidamente colocadas num circuito que ajuda a compreender todo o processo que vai desde o pensamento até ao objeto final que pode ser um livro ou um jornal: pré-impressão, impressão e acabamentos.

Se toda a maquinaria é grande e pesada o suficiente para que se possa ter uma noção exata de todos os seus detalhes, o museu oferece ainda uma exposição com mais de 160 miniaturas tipográficas.

Aberto ao público desde 1997, o Museu da Imprensa do Porto é também a casa de alguns eventos que têm como objetivo promover todas as variáveis da imprensa livre como é o caso do Porto Cartoon-World Festival, um dos maiores festivais de cartoons do mundo.

Museu Nacional da Imprensa
[wp-svg-icons icon=”location-2″ wrap=”i”] Porto. Estrada Nacional 108, 206
[wp-svg-icons icon=”ticket” wrap=”i”] estudantes: €1,5 | idosos: €1 | adultos: €2
[wp-svg-icons icon=”clock” wrap=”i”] segunda a sexta: 10:30 às 12:30 e das 14:30 às 18:30 | sábado, domingo e feriado: 14:30 às 18:30

[wp-svg-icons icon=”compass” wrap=”i”] A melhor forma para chegar ao Museu Nacional da Imprensa é usar os autocarros 400, 205 e ZR – Zona Rio.

[wp-svg-icons icon=”clock” wrap=”i”] Guarde pelo menos uma hora e meia para visitar o Museu da Imprensa e interagir com todas as máquinas históricas.
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