É uma espécie de jóia da coroa de um dos estados monárquicos mais relevantes do mundo. Cada um dos 78 coches expostos num novíssimo edifício, contemporâneo e inserido numa Lisboa que agora é de todos, ajuda a contar a história de Portugal. É o favorito dos turistas. Mais de 350 mil visitam-no a cada ano, fazendo dele o mais visitado do país.
O Museu dos Coches mudou de morada, mas os coches não tiveram que rodar muito para chegarem à nova casa. O primeiro a entrar foi aquele que provavelmente mais dirá a todos os portugueses, o do regicídio que vitimou o penúltimo rei português, D. Carlos, o filho herdeiro do trono, D. Luís Filipe e que deixou a monarquia portuguesa nos cuidados intensivos até sucumbir dois anos mais tarde.
Mas nem só dos dias tenebrosos vive este arejado museu, a maior coleção deste género em todo o mundo está, na verdade, recheada de histórias de poder, sucesso e prestígio.
Ao centro da nave principal do Museu Nacional dos Coches estão três exemplares absolutamente irrepetíveis que medem a grandiosidade do Reino de Portugal no século XVIII e as não menos conhecidas ideias megalómanas do mais ousado rei português, D. João V.
Estes três carros carregados de significados e aprumados nos detalhes foram encomendados para desfilarem em Roma na embaixada do então monarca português ao Papa Clemente XI. O objetivo era conseguir para a igreja portuguesa diversas regalias e o cortejo que incluiu mais de 300 coches, entre os quais estas verdadeiras raridades conseguiu dar a Lisboa o estatuto de cidade patriarcal.
O Coche dos Oceanos, o Coche da Coroação de Lisboa e o Coche do Embaixador despertaram grande interesse na capital italiana e foram capazes de sintetizar a glória de Portugal, um dos mais importantes impérios do mundo naquela época.
É verdade que o museu se mudou de armas e bagagens para um novíssimo edifício projetado pelo arquiteto brasileiro e vencedor do prémio Pritzker Paulo Mendes da Rocha em 2015, mas não foi aqui que tudo começou. Tudo começou ali ao lado, no Picadeiro Real, quando a rainha D. Amélia percebeu que em jeito de arrecadação estavam dezenas de relíquias a ganhar pó a perder o brilho.
Em maio de 1905, há 114 anos, foi inaugurado ali este que hoje é dos museus mais icónicos do país. E é ainda ali que se podem ver algumas das peças que não foram levadas para o edifício principal. E talvez muitos visitantes não saibam, mas o lugar original do Museu dos Coches Reais ainda é visitável.
Belém é uma das zonas de passeio e contacto com a história de Portugal mais visitada de Lisboa. Vale a pena porque tem monumentos impactantes, uma gastronomia de exceção, arte de hoje e de outros tempos, espetáculos e um museu absolutamente fascinante e incomparável com mais nenhum em todo o mundo, o Museu Nacional dos Coches.
[wp-svg-icons icon=”ticket” wrap=”i”] crianças até 12 anos: grátis | estudantes e idosos: €5 | adultos: €10 | entrada gratuita para residentes em Portugal todos os domingos e feriados até às 14h
[wp-svg-icons icon=”calendar-2″ wrap=”i”] terça a domingo: 10:00 às 18:00 [wp-svg-icons icon=”compass” wrap=”i”] Através da rede de autocarros (28, 714, 727, 729, 751) e elétricos (15) é muito fácil chegar ao Museu Nacional dos Coches (MNC), mas a forma mais rápida e cómoda é usando o comboio (linha de Cascais) que tem paragem mesmo ao lado do edifício (estação de Belém). [wp-svg-icons icon=”clock” wrap=”i”] Para visitar o MNC e o Picadeiro Real guarde pelo menos duas horas e meia.