No que diz respeito ao turismo, Portugal e mais especificamente Lisboa estão na moda. Quem vai a Lisboa procura sempre os locais mais emblemáticos e por isso completamente lotados. São exemplos o Terreiro do Paço, o Rossio, o Chiado, o Parque das Nações, o Cais do Sodré e sobretudo Belém, onde os turistas se distribuem entre os pasteis, o Mosteiro dos Jerónimos, a Torre de Belém, o Padrão dos Descobrimentos, os jardins e tantos outros atrativos dessa zona da cidade. O que aqui venho propor é irmos à descoberta de alguns museus de Lisboa que nem todos conhecem, quer por abordarem temas menos conhecidos ou menos populares, quer por não se situarem no centro da cidade. Quem embarca nesta viagem?
Comecemos por falar de alguns núcleos museológicos que compõem o Museu de Lisboa e que se situam, à exceção do Palácio Pimenta, no centro da cidade. Apesar de não serem muito conhecidos pelos turistas estes núcleos museológicos são muito interessantes pela forma como contam a História da Cidade nas suas diferentes épocas e facetas. Vamos então iniciar a nossa viagem rumo ao núcleo museológico do Teatro Romano. Este núcleo fica a caminho do famoso miradouro das Portas do Sol, mais precisamente na Rua de São Mamede, nº3A e conserva as ruínas do Teatro Romano de Olisipo, dando a conhecer a sua história, bem como a evolução daquele edificado até aos dias de hoje. Este núcleo possui ainda um miradouro com uma vista privilegiada sobre o Tejo. O bilhete custa €3 e o museu pode ser visitado de terça a domingo das 10h às 18h.
De seguida, a Casa dos Bicos, situada na Rua dos Bacalhoeiros nº10, paredes meias com o Terreiro do Paço, alberga no rés-do-chão outro núcleo arqueológico do Museu de Lisboa. Aqui, para além de se reconstituir a história desta Casa muito ligada aos Descobrimentos, mostram-se alguns dos vestígios da presença romana na zona ribeirinha, ligada à conserva do pescado e ao processo de produção do garum. Nos pisos superiores está sediada deste 2008 a Fundação José Saramago, onde se encontra uma exposição sobre a sua vida e obra, uma biblioteca e uma livraria dedicadas a este autor, bem como a reconstituição do seu escritório pessoal e o Prémio-Nobel que o autor ganhou em 1998. A Casa dos Bicos pode ser visitada de segunda a sábado das 10h às 18h. A visita ao núcleo arqueológico do rés-do-chão é grátis e o bilhete para os pisos superiores dedicados à vida e obra de José Saramago tem o custo de €3 e, devido a uma parceria entre os dois locais, inclui a possibilidade de visitar a Casa Fernando Pessoa por €1 nos dez dias seguintes.

Esta parceria serve de mote para apresentar a Casa de outro dos grandes nomes da literatura portuguesa. Situada em Campo de Ourique, na Rua Coelho nº16, uma zona da cidade que embora seja mais retirada do centro, é bastante serena e agradável. Esta Casa foi na realidade a casa de Fernando Pessoa durante 15 anos, sendo inclusivamente possível visitar o quarto com a decoração e mobília originais. A Casa Fernando Pessoa é um local muito agradável, povoado de poesia e luz natural, com um núcleo museológico bem estruturado e apelativo contendo uma sala interativa onde é possível conhecer mais sobre a vida e obra do autor, ver alguns dos seus objetos pessoais e divertimo-nos a jogar com os seus poemas. A Casa possui ainda uma biblioteca, uma interessante programação cultural, serviço educativo e cafetaria. A Casa Fernando Pessoa pode ser visitada de segunda a sábado das 10h às 18h, sendo o preço do bilhete igual ao da Fundação Saramago.

Terminamos esta viagem como a iniciamos, de volta ao centro de Lisboa, naquele que é para mim um dos melhores museus da cidade e cuja visita deveria ser obrigatória: estou a falar do Museu do Aljube – Resistência e Liberdade. Situado muito perto da Sé de Lisboa, na Rua de Augusto Rosa nº42, foi criado recentemente no local da famosa prisão do Estado Novo, que dá nome ao museu: a Prisão do Aljube. Não poderia assim existir um lugar melhor para criar um museu exclusivamente dedicado à história da ditadura desde 1926 a 1974. Este inclui um núcleo arqueológico que demonstra a presença romana naquele local, bem como vestígios de ter sido outrora uma prisão eclesiástica, a história e a explicação da atuação da PVDE e da PIDE, a reconstituição avassaladora dos curros, bem inúmeros testemunhos de antigos prisioneiros. O museu está muito bem estruturado, sendo as exposições temporárias e permanentes muito interessantes. Possui ainda um centro de documentação dedicado às temáticas já descritas, auditório, cafetaria e loja. O horário de visita é de terça a domingo das 10h às 18h e o custo de bilhete é de €3.
[wp-svg-icons icon=”bubbles-4″ wrap=”i”] Português
[wp-svg-icons icon=”users” wrap=”i”] 506 892 hab. (2014)
[wp-svg-icons icon=”coin” wrap=”i”] Euro (EUR)
[wp-svg-icons icon=”clock” wrap=”i”] GMT0
[wp-svg-icons icon=”power-cord” wrap=”i”] Europeias, 2 pinos
[wp-svg-icons icon=”phone” wrap=”i”] +351
[wp-svg-icons icon=”aid” wrap=”i”] 112
[wp-svg-icons icon=”sun-3″ wrap=”i”] Lisboa é das cidades com clima mais temperado em toda a Europa. O sol é praticamente constante sendo que a influência do Atlântico a impede de ser excessivamente quente. Nos meses de maio a setembro, os mais quentes, as temperaturas não vão além dos 35ºC. Nos meses de outubro a abril, os mais frios, os termómetros não costumam descer a baixo dos 8ºC. A ocorrência de chuva não é muito frequente.