Vista do Atomium a Torre Eiffel, construída no Parque Mini Europa, parece um porta-chaves. Estamos a quase cem metros de altura, mas não podemos pôr os olhos no horizonte porque o dia fechado de Bruxelas não deixa ver mais do que as redondezas do gigante de ferro. Se tivesse sido construída à escala real, era preciso levantar a cabeça para conseguir ver-lhe o topo, mesmo a partir da esfera mais alta do Atomium.
É difícil pensar em Paris sem a Torre Eifel e por isso é que ela faz parte dos monumentos construídos no Mini Europa, um parque de diversões a pensar nos mais novos que nasceu nas barbas do Atomium. Mas a verdade é que Paris existiu sem a Torre Eiffel e se tudo tivesse corrido como planeado, teria continuado a existir sem ela depois da Exposição Universal de 1889. Continua lá porque o sucesso junto do público deixou claro que a cidade luz não voltaria a ser a mesma se a ideia de Gustav Eiffel fosse desfeita.
Aconteceu o mesmo com o Atomium que nasceu em Bruxelas para ser o pavilhão principal da Expo 58, uma montra construída pelo país para se mostrar ao mundo e para dizer quais eram as suas preocupações. O mundo que estava numa fase acelerada de mudança. As feridas da II Guerra Mundial estavam a sarar e a sociedade parecia estar a aprender com os erros ao dar passos largos no caminho do diálogo no seio da ONU, uma criança, ou da própria CEE que ainda não tinha largado as fraldas.
![Atomium de Bruxelas fotografado a partir da estação de metro Heizel](https://w360.pt/wp-content/uploads/2018/01/atomium-bruxelas-diogo-pereira.jpg)
![Esfera do Atomium de Bruxelas vista a partir do interior do monumento.](https://w360.pt/wp-content/uploads/2018/01/atomium-bruxelas-4-diogo-pereira.jpg)
Depois da guerra e da disputa de territórios era tempo de olhar para o futuro e a ciência ganhava palco. O Atomium surge nessa linha, ao ser uma representação algo estranha que fez com que os belgas e milhares de turistas que em 1958 visitaram a exposição franzissem as sobrancelhas e se pusessem a dar voltas à cabeça para perceber do que se tratam aquelas nove esferas, ligadas por 20 tubos e suportadas até mais de cem metros de altura por três pilares.
![Exposições no interior do Atomium de Bruxelas](https://w360.pt/wp-content/uploads/2018/01/atomium-bruxelas-2-diogo-pereira.jpg)
![Exposição sobre Magritte no interior do Atomium em Bruxelas](https://w360.pt/wp-content/uploads/2019/10/Exposição-sobre-Magritte-no-interior-do-Atomium-em-Bruxelas.jpg)
A explicação pode ser ajudada pela pequenita Torre Eiffel que vemos no parque Mini Europa, mas em sentido inverso. Ali foi construída uma réplica mais pequena do que a original que pode ser visitada em Paris. Já o Atomium é uma ampliação 165 mil milhões de vezes maior do que um cristal de ferro, que no tamanho real só pode ser visto com a ajuda de um poderoso microscópio. As nove esferas são os nove átomos do cristal.
A ideia foi do engenheiro belga André Waterkeyn, que quis alertar para a necessidade de se recorrer à energia atómica apenas para fins pacíficos, deixando o belicismo de lado. Embora a representação seja do ferro, a construção foi feita em alumínio, um material mais barato que se justificava pelo uso temporário do monumento que devia ser desmontado no fim da Expo 58.
[wp-svg-icons icon=”ticket” wrap=”i”] adultos: €15 |idosos: €13 |adolescentes: €8 | crianças e pessoas com mobilidade reduzida: gratuito | estudantes: 8€
[wp-svg-icons icon=”calendar-2″ wrap=”i”] todos os dias: 10:00 às 18:00 (bilheteira fecha às 17:30) [wp-svg-icons icon=”compass” wrap=”i”] A estação de metro Heizel é a forma mais prática de chegar ao Atomium. [wp-svg-icons icon=”clock” wrap=”i”] Guarde pelo menos uma hora e meia para visitar o Atomium.