O Palácio Nacional de Queluz terá sido construído com muita paixão, amor à arte e até algum desprendimento daquilo que seriam os preceitos da época. Pensamos desta forma antes de irmos aos livros de história conhecer um monumento que se pudesse falar ia queixar-se de discriminação. Porquê? Porque faz parte dos Parques de Sintra e, embora Queluz faça parte do concelho, fica um pouco ao lado da pérola de Lisboa.
Serve este artigo para combater este esquecimento aparente de Queluz. Sim, aparente porque afinal quase 200 mil pessoas o visitaram em 2017, o que significa que não é propriamente um desconhecido, mas também é verdade que na lista de desejos dos turistas fica quase sempre em segundo plano. Ou em quarto, a seguir ao Palácio da Pena, ao Castelo dos Mouros e ao Palácio da Vila.
Não será um acaso a representação da primavera, do verão e do outono presente nas estátuas do Lago do Neptuno no centro do Jardim Pencil. Falta o inverno porque este palácio e os seus sumptuosos jardins não foram concebidos para temperaturas baixas. Eram a Real Quinta de Recreio de Queluz.
Gostamos particularmente deste nome, atribuído à construção mandada erguer por D. Pedro, porque dá uma leveza primaveril a um espaço que não tinha o objetivo de receber a família real portuguesa a tempo inteiro. Era só a residência de verão. A residência da descontração e do lazer. Era um espaço para desfrutar, bem receber e bem surpreender.
Desde logo pelos jardins. A nossa visita não começou nos jardins, mas devia ter começado para entendermos melhor a evolução deste espaço. Aqui o ambiente é tranquilo o suficiente para nos esquecermos que estamos no epicentro de uma malha urbana muito concorrida e barulhenta.
E a visita devia ter começado aqui porque a Real Quinta de Recreio era isso mesmo, um lugar de fruição construído com estátuas de Deuses e Heróis da antiguidade clássica, lagos, fontes e até um canal para passeios de barco, que nos transportam para a sua função original. Quando foi pensado por D. Pedro, Queluz não tinha o objetivo de receber a corte, mas ela acabaria por aqui se fixar a tempo inteiro, pelo menos enquanto durou a primavera em Portugal. Daqui os reis partiram para o exílio no Brasil, empurrados pelas invasões francesas.
Aqui acorriam as mais nobres famílias do reino e de outros reinos também para participarem em grandes celebrações religiosas e festejos diversos como serenatas, cavalhadas, espetáculos de fogo-preso e apresentações equestres.
No interior a decoração é requintada, com muitos detalhes nas pinturas e esculturas, muita talha dourada, paredes espelhadas e candeeiros de grande dimensão. É um espaço de claro bom gosto.
Não deixe de visitar o Palácio Nacional de Queluz. Fica ali mesmo ao lado da rotina, que é como quem diz ao lado do IC19.
[wp-svg-icons icon=”location-2″ wrap=”i”] Queluz, Lisboa, Portugal (Largo do Palácio de Queluz)
[wp-svg-icons icon=”ticket” wrap=”i”] crianças até seis anos: grátis | jovens e idosos: €8,5 | adultos: €10
[wp-svg-icons icon=”clock” wrap=”i”] todos os dias: 9h00 às 19h00
[wp-svg-icons icon=”link” wrap=”i”] aceda ao site [wp-svg-icons icon=”compass” wrap=”i”] A forma mais fácil de chegar ao Palácio de Queluz é usar a saída “Queluz – Palácio” do IC19. Pode ainda usar as linhas 21, 101 e 106 dos autocarros urbanos VIMECA. [wp-svg-icons icon=”clock” wrap=”i”] Reserve pelo menos duas horas para conseguir visitar o Palácio e Jardins de Queluz