Todos dizem que o Panteão é das obras mais bem preservadas do Império Romano e não é difícil acreditar nisso quando se está no seu interior. Do lado de fora são visíveis as marcas da passagem do tempo, mas as mármores do interior estão impolutas, como se tivessem cá sido colocadas ontem.
Panteão significa “todos os Deus” e foi para homenagear estas figuras a quem os romanos prestavam reverência que foi construído. No seu interior estão os restos mortais de algumas das figuras mais relevantes da história de Itália. O Rei Vittorio Emanuel II surge num dos lugares de maior destaque, mas na vizinhança tem nomes como a Rainha Margherita de Saboia e o génio do renascimento Rafael que deixou marcas indiscutíveis no país e na cidade.
Como é habitual nos símbolos que atravessam grande parte da história da humanidade, o seu percurso teve altos e baixos. Construído há mais de dois mil anos, deu lugar a outro panteão, mais pequeno, que foi vítima de um violento incêndio. A construção foi ideia do Imperador Adriano, em 126 a.C., mas acabou transformado em Basílica de Santa Maria dos Mártires com a queda do Império Romano.
Em todos os elementos que nos chegaram do Império Romano o que mais impressiona é a capacidade arquitetónica e de engenharia. A cúpula do Panteão tem nove metros de diâmetro e não é suportada por qualquer pilar ao centro. Capaz de deixar de queixo caído qualquer aspirante a arquiteto o engenheiro, o segredo está na utilização bem pensada de materiais, com recurso a elementos mais pesados para a parte mais baixa da cúpula, sendo elevada com materiais mais leves no topo. No fundo, os cimentos são suportados pelos oito pilares e as oito abóbadas que estão junto às paredes do monumento, para o topo o recurso usado foi a pedra pomes, mais leve e que não precisa de tanta sustentação.
Ao centro um grande óculo deixa entrar a luz e não tem qualquer proteção pelo que a chuva também entra o que faz do Panteão um mau lugar para se abrigar em caso de intempérie em Roma. Para se evitar que a água se acumule foram criados ralos no pavimento que permitem o escoamento.
Se procurar dias de chuva pode ser difícil, fica mais fácil encontrar um dia em que o que cai a partir do óculo de três metros de diâmetro é mais agradável e tem um significado especial. 50 dias depois da Páscoa, há uma chuva de pétalas que pode ser acompanhada pelos visitantes, é o dia de Pentecostes. Com grande significado para os católicos, este momento simboliza a descida do Espírito Santo sobre os apóstolos de Jesus Cristo, precisamente 50 dias depois da Páscoa.
Assistir a este momento requer uma grande organização porque há milhares de pessoas a quererem assistir. Como o acesso ao monumento se faz por ordem de chegada, a ideia é estar à porta o mais cedo possível para se conseguir um lugar. A queda das pétalas é possível graças à ajuda dos bombeiros da cidade.
As características da cúpula impressionam ainda mais quando a comparamos com outras obras magníficas. É maior do que a da Basílica de São Pedro, no Vaticano e foi uma grande inspiração para a da Catedral do Duomo em Milão. Fora de Itália, em França, o Panteão de Paris é quase uma réplica do Italiano que, na verdade, foi o primeiro de todos os panteões.
Do lado de fora o monumento apresenta um desenho inconfundível, com 16 colunas que suportam o topo da fachada de forma triangular que tem a seguinte inscrição: “M.AGRIPPA.L.F.COS.TERTIVM.FECIT”, que significa “Marco Agrippa, filho de Lúcio, cônsul pela terceira vez, o fez”.
[wp-svg-icons icon=”ticket” wrap=”i”] gratuito
[wp-svg-icons icon=”clock” wrap=”i”] todos os dias: 9h às 18h [wp-svg-icons icon=”compass” wrap=”i”] A estação de metro mais próxima do Panteão é a Barberini (linha A, laranja). A partir dela, a caminhar, demora cerca de 15 minutos. [wp-svg-icons icon=”clock” wrap=”i”] 30 minutos são suficientes para passear no interior do Panteão e observar alguns dos detalhes mais relevantes.