Ruínas de Conímbriga. Passaram milhares de anos, mas há coisas que não mudam

Nas Ruínas de Conímbriga conhecemos um passado que está muito longe de nós, mas que nos ensina que nós não inventamos nada.

Ruinas Romanas de Conímbriga 1
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Quando pensamos que o nosso dia-a-dia e chegamos à conclusão de que a forma como as cidades onde vivemos têm influência em tudo o que fazemos, percebemos rapidamente que há aspetos a melhor. Talvez devesse haver mais espaço para estacionar carros, todos queríamos um jardim para passear a dois passos da porta ou ter um hospital a meia dúzia de metros de distância.

Tudo isto são aspetos que nos podem levar a pensar que as nossas cidades estão mal construídas, mas se pensarmos de uma forma mais profunda de certeza que vamos chegar à conclusão de que a vida urbana tem uma lógica que é muito difícil de inverter. A prova disso é que a organização urbana é feita da mesma forma há milhares de anos.

É mesmo isto que observamos nas ruínas de Conímbriga: que os nossos contemporâneos ou os nossos antepassados mais próximos não inventaram nada.

Estamos a falar de uma cidade romana que terá sido ocupada desde os tempos do Neolítico, mas que preservou a forma que chegou até nós pelo menos desde os tempos do imperador Augusto que a ocupou algures em 139 a.C. e a planificou de forma lógica e dando atenção às necessidades dos residentes: o fórum, o aqueduto, os bairros de comércio, indústria e habitação, uma estalagem, várias termas, o anfiteatro, as muralhas para circunscrição e defesa da cidade.

Conímbriga é uma pequena peça do gigantesco puzzle que foi o Império Romano, ainda assim esta é uma das maiores cidades que foram identificadas em toda a Península Ibérica e seguramente a maior que já foi escavada em Portugal, ainda que apenas 20% da sua dimensão esteja a descoberto.

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Uma ida a este complexo vai exigir alguma imaginação por parte dos visitantes, mas nada que não consiga ser complementado com a entra no museu onde estão expostos e explicados muitos dos artefactos que foram sendo encontrados ao longo dos vários anos em que decorreram as escavações.

Um dos pontos altos é a maquete que trás para os dias de hoje o Fórum Romano que aqui existiu e que o melhor argumento para quem duvidar da importância histórica deste espaço.

Tão antigas como as formas de organização de uma cidade são as desigualdades sociais que nem com o passar dos séculos e milénios puderam ser escondidas. As casas mais ricas são, naturalmente, as mais vistosas e as que prendem mais as atenções dos visitantes, principalmente por causa dos mosaicos policromos que resistiram irrepreensivelmente à passagem do tempo.

A “Casa dos Repuxos” tem vários elementos que se destacam das demais, como os mosaicos, mas também as zonas ajardinadas e os elementos que mostram motivos mitológicos, geométricos, ou representando, muito simplesmente, o quotidiano.

Aberto ao público desde 1930 este complexo continua a atrair a atenção de milhares de visitantes a cada ano, continuando a representar um espaço de conhecimento que apesar de muito velho ainda não é um livro fechado.

Ruínas e Museu de Conímbriga
[wp-svg-icons icon=”location-2″ wrap=”i”] Condeixa-a-Velha, Coimbra
[wp-svg-icons icon=”ticket” wrap=”i”] adultos: €4,5 | crianças até 12 anos: gratuito | estudantes e idosos: €2,25
[wp-svg-icons icon=”clock” wrap=”i”] todos os dias: 10h às 18h

[wp-svg-icons icon=”compass” wrap=”i”] A melhor forma de chegar às Ruínas e Museu de Conímbriga é através da A1, saindo em Condeixa. Há sinalização “Conímbriga” até ao local.

[wp-svg-icons icon=”clock” wrap=”i”] Reserve pelo menos duas horas e meia para visitar as ruínas e o museu.
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