À descoberta dos povos ancestrais peruanos

Entramos no Peru, e seguimos caminho em direção à cidade de Puno, nos Andes. Nosso objetivo foi conhecer o lado peruano do Lago Titicaca, e Puno é a cidade base para tal.

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Puno, Peru, 7 de maio de 2018

Entramos no Peru, e seguimos caminho em direção à cidade de Puno, nos Andes. Nosso objetivo foi conhecer o lado peruano do Lago Titicaca, e Puno é a cidade base para tal.

O Lago Titicaca é o mais alto e um dos maiores lagos comercialmente navegáveis do mundo. Está localizado no sul do Peru, a 3.812 metros acima do nível médio do mar. Sua parte ocidental pertence ao Peru, enquanto sua parte oriental pertence à Bolívia. Por conta principalmente da altitude, a temperatura é bem diferente do calor do Deserto do Atacama. Foi preciso tirar os casacos do maleiro!

Além da incrível beleza natural do lugar, o lago possui alguns atrativos interessantes os quais fomos visitar: as ilhas flutuantes de Uros e a Ilha Taquile.

Uros

As ilhas flutuantes de Uros são casa para uma comunidade antiquíssima que literalmente vive nas águas do lago Titicaca. Nos contaram que os Uros habitam a superfície do lado há aprox.. 3.000 anos.

Os habitantes desta comunidade constroem ilhas que flutuam por muitos anos no lago, e nessas ilhas fazem suas casas e pequenas vilas. As ilhas têm tamanhos diferentes, e são casa para em média 5 famílias cada.

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Casa nas ilhas flutuantes de Uros construída na forma tradicional

As ilhas são montadas com uma planta chamada Totora, que é encontrada em abundância pelo local. Eles retiram este material, que se parece visualmente com uma cana de açúcar, e entrelaçam seus ramos, formando assim as ilhas. O trabalho costuma durar alguns anos, e as ilhas estão sempre em construção pois os troncos de Totora que estão na parte de baixo das ilhas costumam apodrecer rapidamente, e assim novos troncos precisam ser adicionados ao topo.

Além de matéria prima para as ilhas e barcos, a Totora também é uma importante fonte de alimentação para os Uros. Provamos a planta, e tem um gosto insosso, que não lembra nada.

Apesar de antigo e relativamente isolado, o povo Uros está cada vez mais exposto ao mundo exterior e à tecnologia. São incontáveis os turistas que os visitam, o que lhes propicia uma parte significativa de sua renda; e também várias ilhas já contam com placas de energia solar, o que lhes dá acesso à TV.

E essa maior exposição já começa a mostrar seus resultados. Suas casas de Totora, que antes eram construídas de forma semelhante a uma oca, hoje já são construídas de forma parecida a uma casa, e utilizam outros materiais, como plástico. Adicionalmente, as crianças já vão à escola na cidade, e boa parte dos habitantes já não reside em tempo integral nas ilhas.

Casa nas ilhas flutuantes de Uros construída na forma mais moderna

Desta forma, sua cultura e modo de viver tradicionais são constantemente desafiados e tendem a mudar cada vez mais rapidamente com as novas gerações.

Taquile

Diferente das ilhas artificiais habitadas pelos Uros, Taquile é uma ilha verdadeira, formada por rochas e terras. É a 3ª maior ilha do lago Titicaca, e fica localizada a 45km das margens de Puno – levamos 1h30m em barco rápido para chegar lá.

Taquile conta com uma população fixa de quase 3 mil pessoas, e por lá são encontrados ruínas e vestígios da civilização Inca. Os Taquileños, como são chamados seus habitantes, falam predominantemente o quéchua (principal idioma do império Inca), e conseguem manter diversos costumes e tradições antigas.

Os taquileños são conhecidos por destreza na costura artesanal. É uma técnica que eles dominam muito bem, e é conduzida basicamente por homens. Eles aprendem a costurar ainda garotos, e dizem na ilha que esta é uma habilidade necessária para um homem caso ele queira se casar. De fato suas roupas são coloridas e alegres, e eles produzem belíssimos tapetes e faixas com temas locais.

Caminho para a Vila de Taquile a 3.900 metros sobre o nível do mar

Quando chegamos à ilha de Taquile, foi necessária ainda uma caminhada de uns 45minutos montanha acima para chegarmos à vila onde almoçaríamos. Considerando que estávamos a 3.900 metros de altitude, não foi tão simples assim. Papai Tiago teve que fazer algumas viagens, primeiro levando Sofia no colo, e também dando uma ajuda ao Mateus, que no final da subida já estava cansado.

Mas a paisagem da ilha é linda, e os terraços de agricultura junto às águas límpidas do Titicaca formam um cenário inesquecível. Uma vez na vila, aprendemos sobre os taquileños e curtimos um delicioso almoço com uma linda vista do lago.

Vista na ilha de Taquile e das terraças de agricultura

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