Após praticamente um mês em terras peruanas, cruzamos a fronteira e fomos visitar o Equador!
Estávamos ansiosos por conhecê-lo. Tínhamos escutado falar de suas altas montanhas e bela natureza, além das preservadas cidades coloniais. E, naturalmente, ouvimos muito falar do seu principal destino turístico, que é o arquipélago de Galápagos.
A economia do Equador é dolarizada e por conta disso, visitar o Equador acaba sendo relativamente caro se comparado aos demais países da América do Sul. Assim, tendo em conta que estamos em uma viagem longa, foi preciso priorizar o que gostaríamos de conhecer por lá.
Após refletirmos bastante, não fomos conhecer Galápagos. O arquipélago é um destino atraente e chamativo a turistas de todo o mundo, e por conseguinte muito caro. Além de Galápagos, decidimos também não visitar a parte do litoral, incluindo Guayaquil, e seguimos pelo interior e pelas montanhas com destino a Cuenca.
Cuenca
Cuenca foi nosso primeiro destino no Equador! Uma linda e tranquila cidade colonial, que de acordo com seus moradores possui uma igreja para cada domingo do ano.
Passeamos bastante pelo charmoso centro histórico, e as crianças adoraram brincar do Parque Calderón em frente à belíssima catedral de Cuenca, com suas grandiosas cúpulas azuis que dominam a paisagem da cidade.
Durante o passeio pudemos ver a arquitetura da cidade e de suas diversas igrejas e ao final paramos em um mirante de onde se vê a cidade inteira.
Nos despedimos de Cuenca, tiramos nossas roupas de frio do bagageiro e seguimos rumo ao norte, para visitar os Vulcões Chimborazo e Quilotoa, que situam-se entre Cuenca e Quito, na Cordilheira dos Andes.
Chimborazo
Fizemos muitos passeios incríveis até aqui, mas a primeira vez que se vê neve é inesquecível! Não foi a minha primeira vez nem a da Ana, mas foi a dos pequenos. E iremos guardar essa memória com mais carinho ainda!
Visitamos o Chimborazo, que é um vulcão nevado localizado no Equador com aprox.. 6.300m acima do nível do mar. De carro, é possível subir ao primeiro refúgio, a 4800m, e de lá se pode fazer uma trilha para os acampamentos que levam ao cume, incluindo uma trilha ao segundo refúgio situado a 5.000m.
Havia muita neve no chão e um pouco de frio (estávamos bem agasalhados), mas nosso pequeno aventureiro Mateus de 5 anos não se contentou em ficar apenas nos 4.800m e quis fazer a trilha até os 5.000m. Claro que o papai não hesitou e lá fomos nós. Já as meninas ficaram brincando nas poças de água com neve derretida e vendo a linda paisagem coberta de neve.
Começamos nossa trilha animados, mas logo passamos a andar mais devagar e a altitude começou a mostrar seus efeitos. Após uns 40 minutos de subida, já estávamos cansados. Mateus mal conseguia caminhar, mas já havíamos passado da metade do trajeto e faltava pouco. Bem preocupado, falei para ele: “Rapazinho, já subimos bastante e estamos cansados. Que acha de voltarmos?” Ele olhou para mim com uma cara meio triste, e disse que sim. Começamos a descer, mas logo após os primeiro passos ele me chama e diz: “Papai, estamos perto. Não podemos voltar agora, quero ir até o fim. Como vamos voltar e dizer que não conseguimos?” Me emocionei nesse momento e fiquei com um sério dilema. Como pai, estava preocupado, pois estava a praticamente 5.000m de altitude em uma montanha, com frio e neve e com uma criança de cinco anos cansada. Por outro lado, existem alguns momentos na vida que temos a oportunidade agir como exemplo aos nossos filhos, e esse era um deles. Não poderia voltar, muito menos agora.
Falei para ele: “Mateus, estamos cansados, mas vamos fazer um esforço e vamos juntos conseguir chegar lá.”
Depois de uma caminhada total de pouco mais de 1 hora na montanha, chegamos ao segundo refúgio aos 5.000m. Estávamos muito cansados e tive que carregar o Mateus nos últimos 10 minutos, mas nossa alegria em ter chegado lá foi maravilhosa!
Após voltarmos, nos encontramos com Ana e Sofia para um abraço e um lanchinho naquele belo lugar rodeado de neve. Nenhum de nós havia estado em tal altitude anteriormente, e para todos nós foi uma experiência bem legal apesar de cansativa.
Quilotoa
O Equador tem diversos vulcões, mas para nós três vulcões chamaram mais a atenção. O Chimborazo, que visitamos e vimos neve, o Cotopaxi, que é muito bonito de longe e ainda está ativo e se vê fumaça saindo (nós não fomos nesse por conta do mal tempo, apenas o vimos da estrada) e o Quilotoa.
O Quilotoa tem como diferencial a incrível lagoa formada em sua imensa cratera, que nos impressiona por sua cor viva e que muda levemente o tom a depender da hora do dia.
Subimos no Quilotoa de carro e chegamos ao povoado que há por lá, estacionamos e seguimos para o mirante. Existe uma trilha onde se pode descer até o lago dentro da cratera e fazer canoagem.
Nós ficamos admirando a bela cratera desde o platô, tirando fotos e correndo com os pequenos, que nesse dia lembraram do pega-pega banana.
Esse é um passeio muito fácil e tranquilo, e muito embora estejamos em um lugar alto, não é preciso fazer esforço e não tivemos qualquer problema por conta da altitude.
Quito
Após alguns dias nas montanhas vivendo a bela natureza dos Andes Equatorianos, chegamos a Quito bem animados e com as energias carregadas!
Quito, a capital do Equador, é uma cidade muito agradável e cheia de turistas e viajantes que visitam em seu belo centro histórico e disputam um melhor lugar para melhores fotos.
Por ser cidade grande, estávamos preocupados com segurança, e com o que fazer com o nosso carro, que por sua altura, não consegue entrar em estacionamentos comuns.
Nos hospedamos em um hotel com estacionamento aberto e bem localizado, o que nos deixou muito tranquilos e com fácil acesso aos pontos que queríamos conhecer da cidade.
Para percorrer Quito, usamos ônibus de linha (ou ônibus comum) e também o ônibus que faz city tour. Este último tem 11 paradas pré-determinadas, e então podemos descer para conhecer o lugar, e subir no ônibus seguinte que passa uma hora depois. Isso torna o passeio prático por visitar os principais pontos e ao mesmo tempo por escolhermos quanto tempo passaremos em cada local.
Para nós, os pontos altos da cidade são seu imenso e belo centro histórico, ótimo para passear e ver as construções coloniais (além de tomar um gostoso sorvete), a Basílica do Voto Nacional (a maior basílica neogótica das Américas), e o morro onde encontra-se a Virgen del Panecillo – onde se tem uma linda vista da cidade. Foi muito tranquilo fazer o passeio com os pequenos, e eles aproveitaram bastante.
Depois de um dia cultural, resolvemos deixar o dia mais livre para as crianças. Quito tem alguns parques e escolhemos o Parque La Carolina para passar o dia com elas.
O parque é bem grande e conta com uma enorme área verde. Lá existe uma academia a céu aberto onde muitos faziam exercício, um lago com pedalinho e até um jardim botânico bem recomendado, mas não chegamos a entrar.
Mateus tinha comprado uma bola de futebol em Cuenca e estava louco para estreá-la. Assim, com a bola de baixo do braço, pegamos um ônibus de linha que nos deixou bem perto ao parque.
Jogamos bastante futebol e brincamos nos brinquedos tradicionais como escorrega e balanço.
Ah, dizem que todo dia chove em Quito, normalmente no final do dia. E foi o que aconteceu nos dias em que estivemos lá. Se for visitar esta bela cidade, fique atento com esse detalhe e procure um lugar bem bacana como uma sorveteria ou doceria para se abrigar nesse horário!
Mitad del Mundo
Após curtirmos o centro histórico e parques em Quito, chegou a hora de deixarmos a encantadora capital do Equador para seguirmos viagem. Mas antes, ainda faltava visitar o famoso parque Ciudad Mitad del Mundo.
Esse parque não fica exatamente em Quito, mas a 26 quilômetros ao norte, e ele marca o exato local onde passa a imaginária linha do Equador na latitude 0, que divide o nosso planeta entre os hemisférios norte e sul.
É um ótimo lugar para passear com crianças pois o parque é bastante amplo e espaçoso, além de ser muito interativo. Para os curiosos por história, existem diversas referências a cientistas, geógrafos e cartógrafos que contribuíram para mapear o local exato onde passa a linha do Equador; além de um museu sobre a população indígena do Equador. Para os curiosos por ciência, existem experimentos práticos e ilustrações explicando o magnetismo do planeta e como ele funciona, além do planetário.
Para os que gostam de fotos, há lugar para exercitar a criatividade tirando fotos engraçadas e curiosas, por exemplo, com uma perna em cada hemisfério. E depois de tanta brincadeira e aprendizado, há lugar para os famintos, com algumas opções de bares e restaurantes. Ótimo lugar para passar o dia com as crianças!