Há muito que o verão e os dias quentes não têm como únicos caminhos os que vão dar ao litoral. As praias de água salgada e extensos areais continuam a ser muito procuradas, mas longe dessas latitudes também é possível usufruir de um dia de verão com direito a todas as regalias. As praias fluviais têm-se multiplicado e são muitos os municípios do interior que conseguiram criar solução que respondem às necessidades dos veraneantes mais exigentes, acrescentando-lhe uma beleza que as torna obrigatórias também no inverno.
Abastecida pelo Rio Ponsul, estamos em presença de mais do que uma praia, esta é uma piscina natural, feita com bases de granito e uma paisagem envolvente imponente. As rochas que a emolduram também lhe dão sombra nas horas mais adiantadas do dia, mas quem quiser mesmo ficar protegido do sol durante todo o dia vai ter de chegar cedo porque a única sombra permanente é fornecida por uma grande árvore nascida mesmo ao lado da atração principal deste espaço, a cascata.

No todo desta queda de água, localizado a uma ou duas mãos cheias de metros, há uma base que permite aos mais corajosos saltarem para a água. Quando tocarem cá em baixo não se devem surpreender, a água vai estar fria e serão raros os dias em que pode ser diferente.
A envolvência muito fotogénica é também um importante bem natural, estamos em pleno Geopark Naturtejo, classificado com património da UNESCO. Muito provavelmente os fósseis com milhões de anos em que vamos tropeçando são um dos bens mais importantes deste espaço. E uma visita não fica completa sem uma passagem pela Casa dos Fósseis que guarda exemplares com mais de 480 milhões de anos.
A tranquilidade e a pacatez deste espaço só vai sendo quebrada pelo barulho de quem decide atirar-se do topo da cascata ou das dezenas de crianças que aqui vêm com as suas famílias para passar uma tarde de verão, mas há mais corajosos por aqui. Se olharmos para o topo das rochas mais altas é muito provável que vejamos escaladas nas escarpas graníticas verdadeiramente arrepiantes.
