A praça enchia-se de artistas e pintores que expunham os seus quadros e ofereciam os seus serviços aos turistas que quisessem registar para a posterioridade a sua presença num dos bairros mais típicos da cidade. Montmartre é, talvez, a minha zona de eleição em Paris. As ruas cheias de lojas e restaurantes, com aquelas típicas mesas redondas na rua, o cheiro a crepes no ar, a música do acordeonista que toca num banco da esquina, a relembrar cenas do famoso filme “Amélie”, e, por fim, a majestosa vista sobre toda a cidade a partir do Sacré Coeur, o culminar perfeito de um passeio pelo bairro.
O fim-de-semana foi de particular agitação na cidade, dada a realização do Fórum da Paz e às comemorações do centenário do Armistício, que levaram até Paris cerca de 60 chefes de Estado e, com eles, medidas de segurança reforçadas. Como se torna importante falar-se de Paz nestes tempos conturbados e que significado teve o facto este Fórum se ter realizado em Paris!
Interessante reparar como, desde a última vez que estive em Paris, há cerca de 6 anos, são evidentes as precauções relativas a medidas anti-terroristas presentes na “Cidade do Amor”, seja no controlo de entrada nos principais monumentos que, inclusive, levou a que toda a base da Torre Eiffel esteja agora cercada por uma proteção de vidro, que impede a aglomeração de gente por baixo daquele icónico símbolo, à presença constante de polícia e tropa nas ruas ou à criação de barreiras que impedem a circulação de automóveis em determinadas vias.
Terminei o último dia Paris já a noite caía, num simples trocar de olhos com a Torre Eiffel, já iluminada, e veio-me à cabeça a famosa tirada do filme Casablanca “We Will always have Paris”. O mote perfeito para o fecho da passagem por uma das mais belas cidades do Mundo.
O segundo país desta jornada não podia ter melhor enquadramento. Falarmos de Paz quase nos obriga a falar de Israel e da sua história.
Após uma sonolenta viagem de avião, um quadro de torres altas e o pôr do sol cobriam-me a vista. Chegava a Tel Aviv e ao segundo país do “Quarto Crescente”.