Kathmandu, 26 de abril de 2017
Venho de coração cheio e de mente aberta para viver esta experiência. Descomplicar é o verbo de ordem do primeiro dia. Deixar de ancorar aquilo que nos prende ao chão e dizer adeus ao que nos faz perder tempo. Assim que cheguei deixei de ter um “cérebro à la to-do-list mental” que diariamente me ocupa a cabeça. (Tenho sempre mais de 1001 coisas para fazer e uma lista interminável de tarefas, deixando por vezes de lado o que realmente importa) e, pela primeira vez isso não aconteceu, passei a desfrutar mais do que está à minha volta, dos sítios, das pessoas, dos olhares, dos sons, das cores e da natureza.
O tempo aqui é relativo (pelos menos é a percepção que tenho). Não conto o tempo, não há tempo e, no fundo, tenho todo o tempo do mundo. Maravilha!
Cheguei ontem, dia 25 e só hoje é que tive o primeiro contacto com o país, cultura e pessoas. Ainda não tenho palavras para descrever toda esta experiência incrível… Os meus olhos brilham de cada vez que falo ou penso nisto.
Hoje visitámos a Stupa Baudhanath, monumento que visto de cima é uma mandala gigante e que segundo a tradição é necessário andar à sua volta no sentido dos ponteiros do relógio e rodando os cilindros na mesma direcção, fazendo a Kora.
Subimos até Namobuddah, foram-nos contadas as várias histórias e tradições. Para além disso , durante o dia entrámos em vários mosteiros .
Fiquei completamente arrepiada e sinto uma paz incrível ao assistir às meditações dos Lamas. Por momentos fechei os olhos e dei por mim a saborear aquele momento de forma única.
Aprendi que conforto é uma questão mental e que sou ainda mais flexível do que esperava. Que mudança é um acontecimento contínuo e que a consciência do presente é muito importante.
Dei por mim a desfrutar de olhos fechados das paisagens e a relaxar em silêncio e a estar mais atenta ao que me rodeia… e ainda só estou no primeiro dia.