Do alto dos meus 22 anos já dizia para os meus botões que na minha vida havia duas viagens de sonho que queria tornar realidade: uma europeia, um interrail; e uma americana, uma roadtrip. Tendo a sorte de realizar a primeira em 2012, a questão seria quando teria a oportunidade de realizar a segunda: 2016 foi o ano!
E assim era uma vez uma viagem à Costa Oeste dos Estados Unidos da América… Uma carrinha, seis amigas, quatro estados, quinze dias. Eis a viagem mais épica da minha vida até agora, contada cronologicamente:
[wp-svg-icons icon=”location-2″ wrap=”i”] Dia 1: San Francisco, estado da Califórnia
O primeiro dia de viagem começou com um longo voo até San Francisco. Na descida para aterragem a vista aérea sobre esta cidade que se situa numa península é de aproveitar. No aeroporto, de passaporte carimbado e malas na mão, alugámos uma carrinha com o respetivo GPS (essencial!) e assim começou a nossa roadtrip! Na noite de dia 1 passeámos pela central waterfront que permite vistas incríveis sobre a cidade iluminada de pontes cintilantes seguido de um jantar no financial district que se destaca pela sua aparência opulenta com brilhos e cores. Aproveitem bem San Francisco de noite, porque parece encantado!


[wp-svg-icons icon=”location-2″ wrap=”i”] Dia 2: San Francisco, estado da Califórnia
No segundo dia depois de um pequeno-almoço avassalador (Burrito!) decidimos alugar bicicletas e percorrer a cidade com paragens obrigatórias no Pier 39, Golden Gate Park e Ocean Beach. No Pier 39 não percam a oportunidade de ver os leões-marinhos, a atração local! Para o entardecer de dia 2 fomos a um dos melhores spots para ver o pôr-do-sol com vista para a Golden Gate, a icónica ponte vermelha de San Francisco (geminada da Ponte 25 de Abril em Lisboa). Na noite de dia 2 ainda fomos percorrer a Lombard Street, a estrada famosa pelas suas perigosas curvas. No fim, acreditem que ficam tontos!



[wp-svg-icons icon=”location-2″ wrap=”i”] Dia 3: San Francisco a Santa Barbara, estado da Califórnia
No terceiro dia de viagem, não podíamos deixar San Francisco sem espreitar a melhor vista sobre a cidade em Twin Peaks. Depois de dizermos adeus à cidade, pegámos no carro para conduzir nesse dia até Santa Barbara com algumas paragens obrigatórias pelo caminho. A rota que fizemos seguiu o trajeto dos locais de Santa Cruz, Monterey Bay, Carmel By the Sea e Big Sur para usufruir ao máximo da vista da costa oeste para o oceano pacífico. E, acreditem, que vistas! De mencionar neste trajeto: o porto de Santa Cruz e de Monterey Bay (adoro portos!); a praia de Carmel By the Sea (uma praia paradisíaca); e a Bixby Creek Bridge (a ponte mais famosa deste percurso pelo cenário idílico) e a Rocky Creek Bridge no Big Sur. À chegada de Santa Barbara de noite deu pouco mais do que nos dirigirmos ao hotel e dormir (não se iludam, as distâncias são grandes!).






[wp-svg-icons icon=”location-2″ wrap=”i”] Dia 4: Santa Barbara a Los Angeles, estado da Califórnia
O quarto dia de viagem levou-nos de Santa Barbara a Los Angeles, passando por Ventura, Malibu e Santa Monica. Deixámos Santa Barbara com a vista da rua central e fomos a caminho de Ventura. Visitámos Ventura para fazer uma paragem obrigatória nas praias que são consideradas um dos topos da atração turística local. De Malibu retirámos a sua paisagem costeira em todo o seu esplendor. Santa Monica é uma cidade costeira mais conhecida por ser o local onde a famosa route 66 passa. O sinal de final da rota encontra-se no pier de Santa Monica. Eu sou suspeita porque gosto de piers, mas vale mesmo a pena percorrer este e ver as diferentes atrações sob o sol e brisa californianas. Depois de enchermos as garrafas de água (uma constante), pusemo-nos ao volante em direção a Los Angeles. Estava super expectante e Los Angeles não desiludiu! Aproveitámos o facto de estarmos a conduzir um carro para percorrer a longa Sunset Boulevard. P.S.: Se conseguirem fazer esta estrada no pôr-do-sol ainda melhor e apropriado. Depois de percorrer a icónica estrada, a direção mudou para o Griffith Observatory para ver o imperdível Hollywood sign. Uma vantagem do observatório: não só têm vista para o sinal como para a cidade inteira. Depois o sol já a pôr-se e nós a fazermos check-in no motel local. Outra das coisas que recomendo nesta viagem: obrigatório dormir num motel na berma da estrada – quase que me senti dentro de um western movie! No entardecer percorremos a pé a zona central da cidade, incluindo a famosa Hollywood walk of fame. As luzes, as cores, a agitação, as personagens, cobrem a cidade de uma mística que nunca vi em nenhum lado. À noite passámos de carro pela Rodeo Drive, estrada conhecida pelas suas extravagantes lojas, restaurantes e hotéis. De seguida, dormir no motel!









[wp-svg-icons icon=”location-2″ wrap=”i”] Dia 5: Los Angeles a Dana Point, estado da Califórnia
O dia cinco de viagem foi considerado dia de praia, ou dia de praias. Seria impensável viajar pela Califórnia e não tirar um dia para apanhar sol, e assim foi. Venice Beach, Laguna Beach, Long Beach foram as três praias que decidimos que eram essenciais visitar. Por diversas razōes: praias conhecidas pelo seu areal, paisagem, desporto, etc. A praia de Long Beach foi onde ficámos mais tempo à tarde. Pernoitamos essa noite em Dana Point, cidade entre Los Angeles e San Diego, que estaria na nossa rota para o dia seguinte. De anotar que podem considerar fazer uma night walk em Dana Point para ver o Harbour e queimar as calorias do jantar.



[wp-svg-icons icon=”location-2″ wrap=”i”] Dia 6: Dana Point a San Diego, estado da Califórnia
O dia 6 começou com insatisfação de sol e assim decidimos fazer mais praia de manhã em Dana Point. Doheny State Beach é uma praia tipicamente conhecida pelas ondas perfeitas para surf e pelos seus muitos surfistas. Se quiserem fazer uma aula de surf, aqui é o sítio. Lamentavelmente, tudo o que eu queria era sol (nota-se muito que vivo atualmente num país sem muito sol para oferecer?), e assim, sol foi. Ao entardecer dirigimo-nos para San Diego, onde nos dirigimos às La Jolla Cove, uma praia no litoral conhecida por albergar focas. Atenção que estas focas podem atacar e as águas são poluentes, pelo que não é aconselhável nadar lá. Depois do melhor pôr-do-sol da viagem, foi altura de descansar, acreditem que os dois dias de praia não matam mas moem!


[wp-svg-icons icon=”location-2″ wrap=”i”] Dia 7: San Diego, estado da Califórnia, a Phoenix, estado do Arizona
No sétimo dia de viagem, fomos conhecer de manhã San Diego: Balboa Park foi o primeiro spot com os seus incríveis e diversos jardins com flores e plantas do mais exótico! Esta visita durou grande parte da manhã. Claro que no último dia pelo litoral tínhamos que visitar a última praia da costa antes de nos aventurarmos para o interior: South Mission Beach é um achado! E assim na alta torreira do sol nos aventurámos para o estado do Arizona, uma longa e quente viagem. Não esquecer que Phoenix é das cidades mais quentes dos Estados Unidos, se não a mais quente! De realçar que esta viagem se faz muito perto da fronteira com o México, conseguindo-se ver a barreira da estrada. Esta é uma viagem longa que dura cerca de 5/6 horas, mais paragens. Assim sendo, chegámos a Phoenix tarde, cansadas e prontas para o hotel.


[wp-svg-icons icon=”location-2″ wrap=”i”] Dia 8: Phoenix a Grand Canyon Village, estado do Arizona
Phoenix era uma cidade que uma de nós (vá eu confesso que era eu), queria muito visitar e dado o facto que a distâncias de carro da costa ao interior eram gigantes, pensámos em pernoitar aqui. Se bem que não tínhamos muito tempo para explorar a cidade, não podíamos deixar Phoenix sem uma vista cénica. South Mountain Park é o miradouro ideal. Para além de se poder apreciar a paisagem sobre Phoenix, também se pode apreciar o parque natural com cactos gigantes! Um dos meus locais favoritos desta viagem e uma das minhas plantas suculentas favoritas! Depois de sentirmos a vaga de calor que se faz em Phoenix, fizemo-nos à estrada até à Grand Canyon Village. São apenas três horas de viagem, queríamos visitar dois locais essenciais no roteiro de qualquer visitante à costa oeste dos Estados Unidos: Sedona e Seligman. Sedona é uma terra rural conhecida pelas suas formações de cor vermelha. Uma visão! Seligman por outro lado é uma terra mais urbana que é conhecida por estar na route 66 original. Em Seligman todas as lojas, cafés e motéis têm alguma referencia à route 66. Imperativo comprar souvenirs aqui! E estas visitas demoraram-nos, como devem calcular, a tarde inteira, e à noite, o recomendável foi mesmo o hotel.



[wp-svg-icons icon=”location-2″ wrap=”i”] Dia 9: Grand Canyon, estado do Arizona
O nono dia foi dedicado a visitar o Grand Canyon National Park que é considerado uma das sete maravilhas naturais do nosso mundo. Não podíamos não lhe ter dedicado um dia inteiro, certo? Para este dia, mais que palavras, há fotos. Sabem aquela sensação de visitar um planeta extraterrestre? Deve ser mesmo essa a sensação. Quase que fica difícil acreditar que estamos no planeta Terra. Que imensidão! Em termos práticos, é fácil movimentarmo-nos no parque, já que há shuttles que nos transportam no parque, fazendo routes diferentes. Desafio: tentem encontrar o rio Colorado. Sugestão: não percam lá o pôr-do-sol!

[wp-svg-icons icon=”location-2″ wrap=”i”] Dia 10: Grand Canyon Village, estado do Arizona, a Monument Valley, estado do Utah
O dia 10 começou a conduzirmos de uma maravilha para outra maravilha: Monument Valley, esta no estado do Utah. Outra vez, não podíamos deixar de tirar um dia para, primeiro, chegarmos lá e segundo, explorarmos o local. As características formações rochosas já se começavam a notar à entrada do estado do Utah. À chegada, pousamos as coisas no hotel, marcámos uma tour para o entardecer e almoçámos uma espécie de pizza que é característica da zona. Primeira sugestão deste dia: a tour é cara e não necessária. Consegue-se entrar no parque natural sem pagar e suficientemente para se ver as mais icónicas formações rochosas. Se quiserem contribuir para a comunidade, então façam-no, já que este local é exclusivamente explorado por americanos nativos (tribo Navajo). Na tour deu para conhecer a historia deste povo, os seus costumes e tradições, assim como explorar todo o parque com as suas maravilhas escondidas. Sabiam que eles também têm pinturas rupestres? Aconselhável: roupa para frio, nas zonas do interior americano pode estar quente durante o dia, mas à noite, arrefece imenso. Outro dia, outro pôr-do-sol de relembrar.

[wp-svg-icons icon=”location-2″ wrap=”i”] Dia 11: Monument Valley, estado do Utah, a Las Vegas, estado do Nevada; passando pelo estado do Arizona
No dia 11 planeámos sair do estado do Utah e entrar no estado do Nevada, para visitar, não mais, não menos, do que Las Vegas. Dispensa apresentações, estou certa? No entanto, nós nunca facilitamos a nossa vida e havia dois destinos que queríamos visitar: Antelope Canyon e Horseshoe Bend. Não sendo muito conhecidos não atraem tantos turistas como os sítios anteriores, no entanto não se sabe muito deles também. O primeiro poderia ser considerado facilmente uma maravilha natural do mundo pela sua beleza estonteante. Ambas são formações rochosas, o que não é de surpreender em pleno estado do Arizona, famoso pelas suas excêntricas rochas. Antelope Canyon é, como o nome indica, um canyon, onde outrora passava um rio, que desenhou túneis e caves com a ajuda do vento e da areia. Dispensa palavras, estar lá dentro e como estar dentro de um palácio natural. Dica: dado a construção natural deste sítio, para captar melhor cores nas fotografias do telemóvel, é favor selecionar o filtro de cor Chrome para iPhone. Se não se lembrarem, não se preocupe, os guias dizem. Horseshoe Bend é uma rocha escarpada em forma de ferradura. Melhor? É grátis! Depois de vermos ambos lá fomos nós a caminho de Las Vegas. Convém mencionar que nesse dia almoçámos numa vila tipicamente americana Page. A chegada a Las Vegas é absolutamente monumental: as luzes da cidade vêem-se como um clarão a kms de distância. Nessa noite depois de jantarmos um XL burger com XL fries, fomos dar uma volta pela cidade passando pela Little Paris and Little Venice. Tenham ou não já ido a essas cidades, vão perceber pelas suas marcas indistinguíveis.




[wp-svg-icons icon=”location-2″ wrap=”i”] Dia 12: Las Vegas, estado do Nevada
Dia 12 em Las Vegas, dia na piscina, já que não há muito mais atividades que se possam fazer. Por isso, este dia foi literalmente levantar (não tão tarde como todas queríamos), tomar pequeno-almoço e passar o dia na piscina do hotel onde estávamos. Não foi um dia difícil de passar como devem imaginar. E eis que chegou a nossa noite memorável desta viagem, com direito a jantar, casino, limousine, passeio pela cidade e saída à noite. Para os notívagos interessados fomos sair no “Chateau”. Dica portuguesa de quem não gosta de gastar dinheiro: adicionem os vossos nomes na guest list para não pagarem entrada e se fizerem choradinho à entrada pode ser que também bebidas. Para se ficarem a roer de inveja, digamos que fomos sair numa mini-torre Eiffel (sim a que faz parte da Little Paris).

[wp-svg-icons icon=”location-2″ wrap=”i”] Dia 13: Las Vegas, estado do Nevada, a Mammoth Lakes, estado da Califórnia
O dia 13 desta viagem em vez de ser um dia de azar foi um dia de muita sorte. Para mim, o melhor dia de todos. Porquê? Por causa do vale da morte. Estranho? E se vos disser por causa do Death Valley, parece-vos melhor? A viagem deste dia levou-nos de Las Vegas a Mammoth Lakes, voltando outra vez ao estado da Califórnia, pelo famoso Death Valley, uma região inóspita da Califórnia em que as altas temperaturas e a seca o tornam num local inóspito, mas cheio de formações rochosas diferentes e prontas a explorar. É impossível falar detalhadamente sobre todos os locais que visitámos neste dia, e ainda foram alguns, sendo que estão mal sinalizados. Entre eles, fomos à Dantes View (vista sobre o vale), Zabriskie Point (montanhas escarpadas), Furnace Creek Ranch (rancho), Devils Golf Course (antigas salinas), Badwater Basin (ponto mais baixo da América do Norte), Artists Drive (montanhas coloridas), Golden Canyon (canyon dourado), Devils Cornfield (campo de arbustos gigantes), Stovepipe Wells (vila tipicamente americana) e Mosaic Canyon (canyon multicolorido). O melhor dia de todos por conseguir contactar com uma natureza tão diferente a cada 5 minutos. Depois de umas horas consideráveis lá chegámos a Mammoth Lakes onde jantámos e pernoitámos.









[wp-svg-icons icon=”location-2″ wrap=”i”] Dia 14: Yosemite National Park, estado da Califórnia
O dia 14 foi passado entre os lagos de Mammoth Lakes e as montanhas de Yosemite National Park. O Yosemite é um parque tao grande que se tem de conduzir dentro. Aconselho a seguirem o mapa que dão à entrada e irem aos miradouros recomendados. Como parte da visita se tiverem tempo facam uma hike. Nos decidimos fazer o Mist Trail ate à cascata de Vernal Falls. E isso ocupou-nos o dia todo.


[wp-svg-icons icon=”location-2″ wrap=”i”] Dia 15: Yosemite National Park a San Francisco, estado da Califórnia
No dia 15 já pressentíamos que a viagem estava para acabar. Ainda assim, antes de deixarmos Yosemite, passámos pelo Mono Lake que tem umas formações em calcário únicas. Pena não termos tido tempo de ver em proximidade, mas já valeu a pena ver de longe. A viagem para San Francisco fez-se sem problemas, e à chegada ainda fomos jantar e sair para um bar local com amigos portugueses.

[wp-svg-icons icon=”location-2″ wrap=”i”] Dia 16: San Francisco, estado da Califórnia
No último dia de viagem só deu mesmo para tomar pequeno-almoço, e irmos para o aeroporto ainda a tempo de dizer bye bye United States of America, we will be back.

Espero que tenham gostado de ler o guia desta viagem tanto quanto eu gostei de o escrever!
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[wp-svg-icons icon=”sun-3″ wrap=”i”] O clima na Costa Oeste é temperado podendo as temperaturas serem muito elevadas em algumas zonas.